segunda-feira, 20 de abril de 2009

DISCIPULADO RADICAL - VIII


O segundo tema reinterpretado por Jesus é o tema do adultério (Mt 5:27-32). Aqui vale o mesmo princípio interpretativo. Jesus não vem abolir a Lei, mas cumpri-la e levá-la a seu real significado e extensão.
Aos antigos foi dito: “Não adulterarás” (Êx 20:14). Neste sétimo mandamento Deus apresenta o alto valor dado à família, a pureza e a santidade. Deus criou o homem e a mulher com suas diferenças e seus desejos. E os fez assim para serem santos e puros na sua vida aqui nesta terra. É isto que Deus intenta preservar neste mandamento.
Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la... (Mt 5:28). Jesus vai além do ato conjugal em si. Todo o corpo, mente e intenções têm de ser consagrados ao Mestre, logo não podem se desviar, tornando-se impuro em nada, nem desviando de sua intenção original. Os desejos do discípulo podem ser santos (leia Hb 13:4) ou podem ser impuros, obstruindo a minha visão do Reino de Deus. Se o coração do discípulo se enche de desejos vãos, então não poderá desejar a pureza que vem do Mestre.
E Jesus vai além: se tiver que escolher entre um objeto de desejo transitório e a fonte suprema de todo bem – que se faça a escolha pelo eterno em detrimento do passageiro. O Mestre oferece aos seus discípulos gozo perene. Mas é preciso não trocá-lo por prazeres banais!
Ainda tratando do desejo, Jesus o canaliza para o matrimônio que só deve ser celebrado em amor. E isto é fácil de compreender. Para o discípulo, qualquer vínculo ou compromisso somente será celebrado se for embasado em amor (confira Cl 3:14), pois qualquer outro vínculo que haja entre cristãos, será abandono do discipulado.
Considerando o Amor de Cristo, razão de ser do discipulado, que eu possa dedicar ao Mestre meus desejos santos.

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