terça-feira, 27 de julho de 2010

Deus Existe

Como não ter Deus?!  Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve.  Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vaivém, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar - é todos contra os acasos.  Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo.  Mas se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma!  Porque existe dor.  E a vida do homem está presa encantoada - erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços.  Dor não dói até em criancinhas e bichos, e nos doidos - não dói sem precisar de se ter razão nem conhecimento?  E as pessoas não nascem sempre?  Ah, medo tenho não é de ver morte, mas ver nascimento.  Medo mistério.  O senhor não vê?  O que não é Deus, é estado de demônio.  Deus existe mesmo quando não há.  Mas o demônio não precisa existir para haver - a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo.  O inferno é um sem-fim que nem se pode ver.  Mas a gente quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo.  Se eu estou falando às flautas, o senhor me corte.  Meu modo é esse.  Nasci para não ter homem igual em meus gostos.  O que eu invejo é sua instrução do senhor...
Texto de Guimarães Rosa do livro "Grande Sertão: Veredas".  A foto lá em cima é do sertão do Piaui.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

QUEM É DEUS ACIMA DO SENHOR? - conclusão

Depois de algum tempo sem postar, volto hoje para concluir a rápida reflexão sobre: quem é Deus acima do Senhor? a partir da leitura do Salmo 18.  Na 1ª parte entendi que Deus é a Rocha eterna e na 2ª parte que é a torre alta e em ambas que este Senhor é a garantia da vitória em minhas batalhas espirituais.
Agora que já sei disso, quero retomar o estudo refletindo sobre o que Ele faz comigo quando estou no calor da luta.  O verso 34 diz: Ele treina as minhas mãos para a batalha e os meus braços para vergar um arco de bronze.
Deus – o Senhor dos Exércitos – é quem me capacita para a batalha!  E isto traz implicações espirituais que me reportam à Bíblia.
Em primeiro lugar que o próprio Senhor é quem capacita aqueles que chama (Jo 15:16 mostra a iniciativa divina).  É claro que uma mulher ou homem bem preparado pode ser uma bênção fantástica nas mãos do Senhor; mas a verdade é que sempre Deus adestra o guerreiro preparando-o para a batalha.  É isso que Ele faz conosco.
Uma vez tendo escolhido, a capacitação se dá de duas formas: tirando os empecilhos (como foi no caso de Isaías em Is 6:6-7) e providenciando as condições para a execução da missão (a exemplo de Moisés em Êx 4:11-12).  Quando sou chamado para entrar em combate, o meu Deus que é acima de todos os deuses através de suas ações sobre minha vida me torna apto para enfrentar qualquer adversário.
Duas outras observações importantes ainda podem ser feitas quando penso na capacitação sobrenatural que o Senhor dos senhores providencia para seu povo.  Com base em Jo 20:22 e At 1:8 sei que o Senhor me capacita com o derramar do Espírito Santo sobre minha vida e sobre minha igreja.  Tais habilidades não são somente resultado de treinamento ou esforço humano (seria insuficiente, embora útil): servos e servas do Senhor são capacitados à medida que se tornam cheios do Espírito (confira ainda o Sl 124).
Outra observação é que no processo de capacitação espiritual, Deus me reveste de sua armadura (o texto de Ef 6 a partir do verso 11 mereceria várias reflexões à parte).  Já que minha luta não é contra carne nem sangue, então os apetrechos de batalha não podem ser deste nível.  Por isso, Deus não somente torna minhas mãos ágeis, mas também providencia armamento adequado para a guerra.  Da mesma maneira que devo me encher do Espírito para poder guerrear contra o mal, devo também me fazer valer das armas que Ele coloca à minha disposição: uma completa armadura cristã.
Num contexto de batalha espiritual no qual estamos vivendo, como fomos levados a entender a partir da leitura do Salmo 18, concluo que é indispensável saber quem é o Deus: rocha forme, que sempre vai a minha frente enfrentando toda sorte de inimigos espirituais.  E com esta confiança e determinação seguir rumo a vitória, crente e seguro na capacitação que Ele me dá.  Para a única e absoluta glória dele.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

QUEM É DEUS ACIMA DO SENHOR? - 2ª parte

Há alguns dias comecei a refletir sobre quem é Deus tomando como base o Salmo 18.  Baseado no texto, compreendi que o Senhor é uma Rocha e alicerce firme e inabalável.  Diante das lutas e batalhas travadas, posso permanecer seguro pois sei que há segurança para meus pés.
Hoje quero voltar ao Salmo com o objetivo de refletir sobre outra característica marcante do Senhor no contexto da batalha espiritual que estou a travar na vida: O Senhor é a minha fortaleza; a torre alta e forte (no Sl 18:2, mas também no Sl 61:3 entre outros). 
Sobre a ideia da torre alta e da fortaleza para um exército em batalha, é importante destacar que enquanto ela está de pé algumas certezas são trazidas aos combatentes.  Para quem está no calor da luta, a torre erguida significa que a) ainda há um comandante à frente do pelotão (também no Sl 68:7-8 e Sl 108:10-11); b) ainda devo continuar batalhando (também no Sl 27:1-3); e c) sei que ainda a guerra não está perdida (também no Sl 37:39).
Da mesma forma, em minhas lutas diárias, preciso manter sempre ao alcance de minha vista (e de minhas convicções e fé) a certeza de que o Senhor é a fortaleza e a torre alta ainda de pé em meu favor. 
Jesus é o comandante que continua à frente de seu exército.  Hebreus nos diz que ao meu redor há uma grande nuvem de testemunhas, mas meus olhos devem estar postos naquele é o autor e consumador de minha fé (confira em Hb 12:1-2). No meio da batalha devo sempre me nortear mirando o general que permanece firme como uma torre segura no meio da luta.
Mas não chegou o tempo de descanso; o Senhor como a torre forte erguida conclama a continuar batalhando.  Pedro na sua primeira carta adverte que, mesmo por pouco tempo, mas ainda é preciso suportar o enfrentamento da luta (veja 1Pe 5:10).  Vai chegar o dia do nosso descanso, mas por ora, a luta ainda está sendo travada, e a torre alta aponta para isso.  É preciso prosseguir.
O Senhor como minha torre forte e segura é também a garantia de que mesmo nesta vida de lutas nada está perdido.  Há sempre triunfo em Cristo Jesus!  Apocalipse narra que diante do grande dragão, nos céus ouviu-se um brado de vitória que celebrava a vitória que há no sangue do Cordeiro (o canto está em Ap 12:10-12).  Mesmo que as batalhas sejam pesadas e até pareça que sofremos demais com perdas durante a luta, Cristo nunca se abalará e a fé depositada nele fortalece o guerreiro (é bom lembrar Fl 4:13).
Em meio às batalhas da vida (principalmente espirituais), é indispensável contar com uma torre alta e forte, uma fortaleza que não se abala. Por isso devo concluir esta reflexão cantando com o Salmo: Mas eu cantarei louvores à tua força; pois tu és o meu alto refúgio, abrigo seguro nos tempos difíceis.  Ó minha força, canto louvores a ti (Sl 59:16-17).