quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

O texto de 1Sm 7:12 narra que o profeta Samuel, tendo subjugado os filisteus em Mispá, ergueu uma pedra de testemunho e a chamou de Ebenézer, dizendo: "Até aqui o Senhor nos ajudou".  Aquele era um momento singular na vida pessoal e no transcorrer da história nacional de Israel. O sacerdote Eli já havia morrido; a Arca da Aliança que fôra tomada, com o líder Samuel à frente, retornara ao seu lugar; e a vitória contra seus inimigos fechava um ciclo.  Logo depois Israel pediria um rei e a história prosseguiria.
Mas o que me interessa hoje é a pedra.  Ela é um marco.  Foi colocada ali com um propósito.  E hoje, onde estão e quais são as nossas pedras?  E mais: o que a pedra de Ebenézer tem a me ensinar sobre a atitude de Samuel?  Creio que posso buscar respostas em dois planos: no horizontal e no vertical.
Olhando Ebenézer pela linha do horizonte, num plano bem humano, aquela pedra deveria representar para os filhos de Israel um importante monumento histórico.  Com ela Samuel estava ensinando a sempre manter a vista também no passado, ou seja, a ler a história, pois ela é importante.
Nos relatos bíblicos muitas vezes os herois da fé assim fizeram (o próprio texto de Hb 11 é um excelente resenha histórica que trata de tais herois).  Poderia citar Josué sua na despedida (Js 23), ou o profeta Ezequiel ao lembrar os pecados nacionais (Ez 20).  No NT o bom exemplo vem de Estêvão em sua defesa (At 7) que a partir da narração da história de Israel, fez a aplicação devida.
Neste mesmo plano, a pedra é ainda o registro do testemunho daquilo que o Senhor fez, para que tais intervenções sejam anunciadas às próximas gerações.  Um monumento estrategicamente colocado é um recurso válido de divulgação de uma mensagem.
Depois de repetir as Leis ditadas pelo Senhor, Moisés no Deuteronômio enfatizou para que além do coração, aquelas palavras deveriam estar amarradas fisicamente nos braços e na testa e fixadas nos batentes e portais de cada casa (Dt 6:8-9).  O testemunho de Deus precisa ser visivelmente divulgado, ocupar espaços e ser constantemente lembrado (acrescente aqui a ordem do registro em Ap 21:5).
Olhando Ebenézer num ângulo em que ela aponta para o alto, verticalmente: aquela pedra era o reconhecimento de que tudo o que aconteceu a Israel era por ação do Senhor.  Todas as vitórias e conquistas, a terra em paz e a ordem estabelecida eram dádivas divinas.
Anos depois, Davi soube bem cantar esta certeza de fé quando declarou que se não tivesse sido o Senhor intervindo em sua história, há muito já teria sido engolido pelos seus inimigos (leia o Sl 124).
Deste ponto de vista, ainda resta algo que a presença da pedra naquele lugar trazia para o povo e que também deve trazer para nós.  Ela esteve não somente no meio da história e do caminho onde Israel tinha que passar, ela também apontava para cima.  Olhá-la seria como ser chamado a encarar o Senhor e os compromissos com Ele (penso que Am 4:12 vai neste sentido). 
Ebenézer para mim hoje é a pedra no meio do caminho que me desafia ter e manter um tempo reservado exclusivamente para a aliança e a busca sincera pelo Senhor.  Não há como evitá-la.  Entre lutas a serem travadas e vitórias a serem conquistadas; entre idas e vindas de cada história pessoal e familiar; por entre o caminhar da igreja e da sociedade será sempre preciso reservar um tempo e um lugar para o Senhor.
Que o Senhor me faça colocar uma pedra assim no meio do meu caminho.  Para a glória dele.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O ESPÍRITO SANTO NA ADORAÇÃO

Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
(João 4:24)
Temos trabalhado nestas últimas semanas com as personagens que estão presentes e atuantes na celebração do Culto Cristão.  Hoje vamos concluir esta etapa observando a presença e atuação do Espírito Santo na vida e adoração da Igreja. 
Logo após a ressurreição, estavam os discípulos reunidos quando Jesus apareceu no meio deles e assoprou sobre eles e disse-lhes: “Recebam o Espírito Santo” (João 20:22).  Com este gesto simbólico, o Jesus ressuscitado outorgou aos seus discípulos o Espírito e transformou para sempre a reunião dos seus seguidores.
A reunião dos discípulos era saudosa, o Mestre já havia partido, um sentimento de frustração e solidão dominava o ambiente – o Espírito soprado na reunião era a garantia da companhia solidária do divino no meio dos seus: Ele é o outro Consolador (João 14:16).  O encontro dos discípulos era sombrio e silencioso, a dor da saudade ocultava-lhe o cântico – o Espírito soprado entre eles deveria encher-lhe de palavras de salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:18-19).
Culto cristão sem a presença do sopro do Espírito é pasmaceira triste e sem sentido.  Não há vida nem sentido em reunião de discípulos de Cristo sem que já se tenha recebido este sopro, que é vento e alma da Igreja. 
Vivamos e cultuemos nesta experiência espiritual.
(do livro "No Baú da Adoração" publicado em 2004)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

MENSAGEM DE NATAL - 2010

É chegada a estação da alegria! Valorize a oportunidade que você tem de ouvir uma bela música. Compartilhe o calor rico da família e da amizade. Ofereça presentes aos amigos, entes queridos, e às pessoas necessitadas. Faça eco ao dizer: “É o momento mais maravilhoso do ano!”
 Por outro lado, volte-se por um momento ao brilho e encanto tão evidente em alguns lugares nestes dias, e olhe atentamente e de perto a imagem da criança na manjedoura. Não nos serve de um estímulo poderoso para considerar novamente a natureza da fraqueza? 
Esta criança está envolvida com as vestes do mistério. Este bebê é Deus feito carne aos nossos próprios olhos. É a onipotência envolta em panos, deitado na manjedoura está a onipresença, a onisciência confinada a uma cama de palha. 
Este menino faz causa comum com aqueles que não têm onde repousar a cabeça cansada. Ao nascer, símbolos da nobreza não são vistos em nenhum lugar, e os sinais de privilégio vão se desaparecendo até o esquecimento total.
A criança na manjedoura é uma lição sobre o mistério da impotência!
Chegaria o tempo em que esta criança indefesa de Belém seria reconhecida como o Salvador do mundo. Tanto quando ele se deitou em uma manjedoura como quando estava pendurado em uma cruz, ele apareceu como uma vítima de suas circunstâncias, uma pessoa digna de pena, e um modelo de desamparo.
No entanto, o verdadeiro poder não está presente, a menos que se irradie através da aparência de impotência.  O verdadeiro despojar-se como a verdadeira abnegação só é possível para aqueles que realmente conhecem o poder de Deus. Uma vida de serviço sacrificial entregue com alegria é a única opção para quem vem conhecer a impotência do Menino Jesus.
Esta falta de poder não deve ser confundida com a impotência própria da miséria e do desespero. Pelo contrário, a submissão se manifesta na entrada do voluntário para a comunidade dos sem-teto pobres, para transformá-lo em um viveiro rico de possibilidades. Este é o desamparo que conhece as trincheiras, que se senta confortavelmente entre os despossuídos, e desfruta da companhia dos que foram marginalizados na periferia da sociedade.
O que vemos na manjedoura é o que nós celebramos no Natal, é o formidável poder de impotência! Quando experimentamos essa incapacidade, o Espírito Santo nos capacita para realmente chegar a ser servo de todos. Então, através do serviço que prestamos, podemos transformar o mundo. O pequeno bebê na manjedoura é um sinal poderoso de Deus, manifestando o amor divino que abre o caminho para a vida para todos. Ele se fez pobre por nós, com a sua pobreza pode nos fazer rico (2Co 8:9).
 Neville Callam
Secretário-Geral da BWA

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

OS MÚSICOS ADORAM AO SENHOR

Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra!
Louvem-no com cânticos de alegria e ao som da música!
(Salmo 98:4)
Continuando nosso estudo sobre os participantes da adoração ao Senhor no culto, devemos observar aqui o grupo que se ocupa da condução do louvor através da música durante as celebrações.  É sabido de todos que os cultos evangélicos são sempre ricos em música e louvor.  E isto é bíblico: “Aclamem a Deus, povos da terra!  Cantem louvores ao seu glorioso nome; louvem-no gloriosamente!” (Salmo 66:1-2).
E mais uma vez é Deus quem escolhe os que irão conduzir o povo nesta empreitada de adoração.  No tempo antigo Deus escolheu alguns para estarem à frente do povo na adoração – os sacerdotes e levitas.  Hoje também Deus tem escolhido alguns para levarem o seu povo através da música na celebração ao Senhor.  Conduzir o povo em adoração é função escolhida pelo próprio Deus.  É escolha de Deus o estabelecimento daqueles que haverão de comparecer diante dele levando o povo de Deus em adoração.  Ou seja, ninguém escolhe de per si ser o músico que conduzirá a celebração – Deus assim o faz.
Então vejamos: este grupo está, em sua função, diante de Deus e diante do povo.  Está diante de Deus porque a adoração faz com que estejamos na presença sagrada, escolhidos por Deus, ministrando diante dele.  Mas também diante do povo, pois a escolha de Deus é que este grupo seja seu instrumento para fazer o povo louvar.  O Senhor da adoração tem atribuído a função de condutores ao grupo que ministra diante do altar – mais que se apresentar, é preciso levar o povo a adorar.
Louvemos a Deus porque Ele elegeu alguns para nos conduzir em adoração para estarmos diante dele.  Oremos por estes.
(do livro "No Baú da Adoração" publicado em 2004)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A GRANDE CELEBRAÇÃO

Gosto muito de celebrar a Ceia do Senhor com a minha igreja.  Ela é um momento singular na vida, na comunhão, na adoração e nas celebrações da igreja de Cristo.  O coração se enche de solene alegria e nunca faltam motivos para celebrar.
Como elemento memorial, a Ceia atualiza, para a vida dos santos, a certeza de que o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele (leia em Is 53:5).  Juntamente a isto, a Ceia ainda é para os redimidos a certeza de que celebramos a expectativa da vinda do que é perfeito (confira 1Co 13:10).
Nas páginas bíblicas, certamente, é que encontro a descrição da grande celebração que antecipo agora na comunhão dos santos.  Veja como é magnífico Ap 19 onde é narrada a concretização do que já celebramos na Ceia do Senhor – aqui está a força espiritual deste ato.  Venha comigo ao texto:
& Ap 19:6 – Aleluia! Pois reina o Senhor.  A Ceia do Senhor é momento de celebração porque festeja a antecipação da vitória definitiva de Cristo (lembre do brado na cruz citado em Jo 19:30).  É profecia e fato consumado que o Senhor Todo-Poderoso irá reinar para sempre e na Comunhão da igreja hoje já festejo este reino eterno.
& Ap 19:7 – Chegou a hora do casamento do Cordeiro.  A igreja é a noiva do Cordeiro e está prometida em casamento com o Filho do Rei dos reis.  Assim celebramos juntos desde agora a alegria de podermos desposar a Cristo, o nosso amado (este momento triunfal está narrado logo depois em Ap 21:2).  Por mais que possa parecer demorar, mas a hora vai chegar – e isto é certo!
& Ap 19:9 – Felizes os convidados para o banquete.  Na sua visão, João ouviu o anjo declarar que são bem-aventurados todos os que são convidados para participarem das bodas eternas.  Hoje eu celebro na Ceia do Senhor a certeza inabalável do convite amoroso de Cristo para entrar no seu gozo perene (confio nas palavras de Mt 25:34).
Neste tempo presente, celebro junto com a igreja a Ceia do Senhor, a comunhão com os santos, a antecipação da glória.  Ali como e bebo a antecipação do Reino, do casamento e do convite eterno de amor de Cristo.  É um momento de festa e comemoração e de deixar o coração ser reverentemente tocado.  É ocasião ímpar da adoração da igreja.
Celebremos assim o estabelecimento do Reino de Deus; a chegada do momento final de vitória; e a alegria de estarmos participando Ceia.  Para a glória do Cordeiro e daquele que está assentado sobre o trono.  Aleluia!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

REFLETINDO NA PALAVRA DE DEUS

Prega a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda paciência e doutrina.
(2º Timóteo 4:2)
Durante toda história da Celebração Cristã, os cânticos e demais movimentos litúrgicos sempre foi acompanhado da reflexão e estudo bíblico.  Ou seja, paralelamente às celebrações do culto cristão sempre se deu ênfase à leitura da Palavra de Deus e ao estudo dela como componente fundamental dos momentos de culto cristão.
Acompanhando este movimento, Deus sempre levantou seus servos e servas para estudarem a sua Palavra, compreenderem as suas verdades e captarem as suas lições podendo aplicá-las às vidas dos cristãos que em cada momento buscam a presença de Deus no culto para experimentar da sua companhia e receber do seu alimento.
Hoje também Deus tem levantado homens e mulheres para que possam trazer a Palavra de Deus àqueles que o buscam.  Já desde os tempos antigos Deus tem afirmado que “não faz coisa alguma sem revelar o seu plano aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7).   Assim é que Deus tem falado aos seus servos para que estes, por sua vez, falem ao povo e assim seja manifesta a vontade do Senhor no meio da igreja.
No culto cristão, hoje, os pastores exercem a função profética: são levantados por Deus, que os comissiona para serem os porta-vozes de suas intenções.  Então compreendemos que o pastor diante de sua congregação é responsável perante Deus por aquilo que diz ao povo – Deus fala por sua boca.  E compreendemos também que ao povo cabe tanto interceder para que a voz de Deus seja ouvida e claramente compreendida, como ter humildade para se submeter a esta vontade expressa.
Que Deus nos faça ouvir a sua voz através dos seus servos.
(do livro "No Baú da Adoração" publicado em 2004)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

HÁ UMA IGREJA EM SUA CASA?

As saudações epistolares no NT em geral se referem às igrejas que se reuniam nas casas dos cristãos.  Esta era uma prática comum.  Sem templos próprios construídos, as comunidades de fé se encontravam nas casas dos crentes e lá prestavam seu culto, se alimentavam espiritualmente com a Palavra de Deus e desenvolviam a comunhão.
Aproveitando a ideia das igrejas nas casas e entendendo a importância desta atitude para uma vivência saudável dentro do Reino de Deus, mas olhando pelo prisma da casa, pergunto: há uma igreja em sua casa?
Para ajudar a responder, deixe-me apresentar algumas casas bíblicas e as características que fizeram delas um lugar apropriado à existência de uma igreja.
A primeira casa vem da parábola que conhecemos como do "Filho Pródigo" (confira a narração toda em Lc 15:11-31).  Aquele era realmente um lugar acolhedor, tanto para o filho mais novo ao voltar para casa, quanto para o mais velho que não quis participar da festa.
Uma casa que abriga uma igreja é sempre um lugar agradável, onde é bom e gostoso estar ali, onde a família tem prazer em estar (penso que para uma casa assim até posso extrapolar e citar o Sl 122:1).
Outra casa a ser mencionada é a de Timóteo (veja a referência em 2Tm 1:5).  Sua avó e sua mãe lhe deram uma base sólida e uma educação religiosa adequada a ponto de, já adulto, ele ainda poder usar como referência.
A igreja que está na casa é aquela que sabe fomentar valores cristãos nas gerações que estão chegando tanto pelo exemplo como pelo ensino propriamente dito; é onde a Palavra de Deus não é apenas uma teoria distante, mas está incorporada em todas as atitudes do cotidiano (considere o conselho dado pelo sábio em Pv 22:6).
Olhando o AT vejo a casa de Manoá – o pai de Sansão – também como um bom exemplo do que seria uma casa onde há ambiente adequado para uma igreja (leia a história em Jz 13).  Naquela casa, a prática da oração era costumeira e é isso que fez toda a diferença (em especial os versos 8-9).
Como na casa de Manoá, onde a vida se faz forjada pela prática constante da oração ali é o lugar onde há uma igreja e onde as bênçãos também são uma realidade (atente 2Cr 7:14).
Voltando ao NT, a última casa que quero citar é a das irmãs Marta e Maria (em especial no texto de Lc 10:38-42).  Naquela casa o próprio Jesus acostumou-se a ficar hospedado.  Ali se mostrou um lugar para receber o Senhor.
Esta é a marca principal da casa onde há uma igreja: a presença de Jesus é real e constante.  É exatamente a presença divina no interior da casa que faz daquele lugar algo diferenciado.  Somente quando o Todo-Poderoso com seu poder e glória baixa para habitar naquela casa é que ela será miraculosamente transformada em uma igreja de verdade (aproprie-se da promessa de Mt 18:20).
Volto a perguntar: há uma igreja em sua casa?  E oro para que cada uma destas características possa ser encontrada lá na sua casa e você possa sempre se referir ao seu endereço de moradia como o lugar onde a igreja de Cristo pode ser encontrada.  Para a glória dele.
(Na foto lá em cima, minha sogra e meu sogro na direção de um culto em sua casa)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PREPARANDO PARA A ADORAÇÃO

Prepare-se para encontrar-se com o seu Deus, ó Israel.
(Amós 4:12)
Mexendo no baú da Adoração, seria bom hoje retirar um pouco a poeira daqueles que contribuem para que a igreja cultue ao Senhor de maneira efetiva e relevante.  Já aprendemos que o povo de Deus se reúne para cultuar tendo uma vida lavada por Cristo e que por isso o Deus santo pode ser exaltado e contemplado no meio dessa gente.
Deus é cultuado pelo seu povo, mas há uma parte desse povo que faz do seu trabalho uma preparação para que todos tenham a oportunidade de adorar melhor.  E aqui queria começar pensando especificamente de fora para dentro – começando a olhar para aqueles cujo trabalho nem sempre aparece.  Deus tem sido louvado no trabalho de irmãos e irmãs que fazem o melhor de si para que tudo esteja no lugar e funcionando durante a execução do Culto Público: são aqueles que cuidam de áreas como limpeza, som e iluminação do local de culto; recepção e acolhimento dos que chegam para adorar; atenção para as crianças durante o momento do culto; etc.  Todos estes cultuam a Deus com as suas atividades específicas.
No texto de Efésios 4 nós lemos que o Espírito de Deus capacitou alguns no meio de povo para exercer atividades específicas tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos.  Assim nós aprendemos que todos os que servem na igreja preparando ou durante o culto em primeiro lugar foram capacitados por Deus, logo a Ele prestarão contas das suas obras.  Em segundo lugar foram colocados nas suas respectivas funções para contribuir para que a igreja se aperfeiçoe em sua adoração, logo a prioridade deve ser sempre o grupo cristão e não a individualidade.
Estes são os que Deus tem usado na preparação do culto, que estejam submissos à sua vontade e disponíveis para servir ao Corpo de Cristo.
(do livro "No Baú da Adoração" publicado em 2004)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ENQUANTO VOU À CASA DO SENHOR

Das profundezas clamo a ti, Senhor; ouve, Senhor, a minha voz!” 
(Sl 130:1).
Na parte final do Livro dos Salmos, há quinze salmos que são conhecidos como Cânticos de Degraus ou de Romagem.  Eles eram entoados enquanto o povo se dirigia para o santuário e expressam tanto o sentimento como a preparação espiritual dos fieis que estão indo adorar a Deus.  Um deles – o Salmo 130 – retrata com simples profundidade o anseio que o crente tem pelo encontro com o Senhor.
O Salmo parte das profundezas [da alma] de onde vem o clamor pelo Senhor: Escuta, Senhor...  É como se o salmista quisesse dizer que no fundo do seu ser o que realmente importa é estabelecer um contato com Deus.  Enquanto me dirijo à adoração, é preciso manter aberto o canal com o Mestre: ou seja, deixando as superficialidades da vida e buscando ao Senhor com a mais sincera de minhas intimidades.  Lá onde só Deus me conhece é que quero ser visto e ouvido pelo meu amado Senhor.
Mas este contato íntimo com Deus me põe a desnudo.  Diante disto o salmista questiona: Quem escaparia? (Sl 130:3).  É diante de Deus que eu me vejo quem realmente sou, e assim que constato que sou um pecador e que – embora necessite e deseje a companhia divina – não posso sobreviver na sua presença.  Contudo, ainda assim o salmista sabe somente em Deus está o perdão para os que o temem, por isso insiste em por a sua esperança no Senhor (Sl 130:7). 
Desta forma, cantando este salmo de apenas oito versos, estou afirmando que mais que qualquer coisa nesta vida o que mais quero é a estar na presença sagrada.  Mais que qualquer segurança; melhor que qualquer esperança; mais que qualquer satisfação; o que eu realmente desejo é estar com o Senhor.
Que este seja o meu canto enquanto me dirijo à Casa do Senhor para o adorar – reflexo de toda a minha vida.  Aleluia!