sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Unidos pelo Evangelho



Para o apóstolo, era mais relevante que Cristo fosse anunciado do que analisar a inveja dos que o faziam e assim deve ser também para nós.  Assim ele disse:
“Aqueles que pregam Cristo por ambição egoísta, sem sinceridade, pensando que me podem causar sofrimento enquanto estou preso.  Mas, que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado e por isso me alegro” (Fp 1:17-18).  Irmãos do evangelho; eles se unem para promover uma mesma mensagem e um mesmo propósito. 
Fazendo isto, eles evidenciam que de fato são escolhidos de Deus, e ao mesmo expõem todos aqueles que lhes fazem oposição. 
Contudo, hábitos pecaminosos permanecem nas pessoas mesmo após sua conversão, e várias circunstâncias podem suscitar o velho homem que restou a fim de proteger seus próprios interesses, até mesmo à custa de outros e do evangelho, ameaçando assim a unidade cristã. 
Portanto, Paulo trata da renúncia, para que eles não percam de vista o quanto isto é importante, e que eles permaneçam firmes na união em torno do evangelho. 
A santificação bíblica não vem somente pela oração ou por força de vontade, mas por exercício diário da busca de se tornar imitadores de Cristo.  Consequentemente, Paulo os relembra de sua participação comum no evangelho. 
Como ele enfatiza noutra parte, há um só corpo de crentes, chamado por Deus para uma mesma esperança. 
A Igreja Batista Sol Nascente é unida por meio de um mesmo Espírito, um mesmo Senhor, uma mesma fé, um mesmo batismo, e um mesmo Deus e Pai (Ef 4:4-6).  Não existe nenhuma maneira de alcançar verdadeira unidade com aqueles que estão fora desse corpo, mas todos aqueles que verdadeiramente compartilham dos benefícios supremos e exclusivos do evangelho têm realmente algo importante em comum, e isto deve conduzi-los à unidade. 
Quando o "egoísmo e disse-me-disse" se introduz para minar essa unidade, temos de nos esforçar para superar.  Se formos verdadeiramente convertidos a Deus, isto é, se recebemos os benefícios do evangelho, então vamos nos unir em torno dessa mesma mensagem e desse mesmo propósito, e assim teremos uma mesma mente.  Aqueles que são irmãos no evangelho, que sejam também unidos pelo evangelho. 
Precisamos terminar, e o faremos a partir de uma importante admoestação: "façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo” (Fp 2:14-16).
A vitória por meio do sofrimento elimina murmuração e contendas, mas se aproxima do poder transformador de Deus.


Alisson Souza - o autor deste texto é um jovem que o Senhor trouxe, junto com sua esposa Dailmara, para nossa igreja e muito tem contribuído com o Reino de Deus aqui no Sol Nascente.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

É TUDO NOVO



A partir do capítulo 21 de Apocalipse nós lemos a descrição da visão final de João sobre os eventos gloriosos dos últimos tempos.  Depois de transcrever as cartas, de contemplar o trono, de testemunhar a ruína da besta e a convocação dos lavados pelo sangue e de adorar junto com os seres viventes; depois disso tudo, o apóstolo ouve a voz do trono que declara a vitória definitiva do Cordeiro.
Desta narração das bodas eternas me chama a atenção logo de início que as primeiras coisas já são passadas (atestado no verso de Ap 21:4).  O antigo céu e a antiga terra, com seus espinhos, dores e lágrimas se acabaram.  O provisório deu lugar ao definitivo.  O ainda não já é o agora eterno de Deus.  Os novos céus se abrem para receber aqueles que venceram e, já de posse da coroa da vida, agora podem desfrutar da companhia estimada do noivo e celebrar a presença do tabernáculo de Deus com os homens. 
É a festa da presença absoluta entre nós!  É exatamente aqui onde se cumprem as palavras de Paulo quando diz que as aflições deste tempo presente – com suas mazelas e doenças – hão de dar lugar a incomparável glória em nós revelada (como gosto de Rm 8:18!).  Enfim chegou o dia: minha face será limpa das lágrimas que hoje insistem em correr e assim poderão brilhar refletindo a luz que vem do trono.
Claro que isso só é possível por que aquele que está sentado sobre trono declara que faz pessoalmente novas todas as coisas (dito no verso de Ap 21:5).  Isso quer dizer que o novo não é produzido a partir de elementos tirados do velho.  Os novos céus não são simples herança transmudada do velho céu. O velho já não existe e o todo novo agora acontece.
Com alegria percebo que aquele que realiza tanto o querer quanto o efetuar (expressão tirada de Fl 2:13); o que do nada traz tudo a existência (expressão aprendida de Hb 11:3); sim, é Ele que faz acontecer para sua noiva o reino que está preparado desde antes da fundação dos séculos (expressão encontrada em Mt 25:34).
Mas quem é Ele?  É o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (declarado em Ap 21:6).  Aquele que não conhece limites para o seu poder pois abre e ninguém fecha e fecha e ninguém abre (escrito à igreja de Filadélfia em Ap 3:7).  Este é o Cordeiro que foi morto mas vivo está (confira Ap 1:18) e a quem foi dado todo o poder nos céus, na terra e debaixo dela (Ele o declarou em Mt 28:18). 
O Soberano supremo, Senhor dos senhores, Rei dos reis, aquele que era, que é e que havia de vir (palavras de Ap 1:8).  Finalmente chegou o grande dia do Senhor em que Ele postado no seu trono receberá toda glória, honra, louvor e adoração.  É Ele que faz tudo novo!
Hoje quando releio as palavras da descrição desta visão final de João lá em Patmos, sou levado a me juntar desde já àquela multidão e bradar: Aleluia pois reina o Senhor e chegou a hora da festa (o canto está em Ap 19:6-7).

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A ALEGRIA É O REINO DE DEUS

Talvez o título desta reflexão não soe bem ao afirmar que o Reino de Deus (aquilo que Jesus veio implantar como é dito em Mt 4:17) corresponda à alegria pura e simples.  É que lendo Paulo devo entender exatamente assim:
Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida,
mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.
(em Rm 14:17 – com o devido destaque).
Entendo ainda que nesta época de alergias e festividades de Carnaval anunciadas e cantadas seria até temerário associar uma coisa à outra.  Contudo, é este o ponto a se enfatizar.  Alegria não é isso que se festeja no reinado de Momo, mas o que só se encontra vivendo sob a soberania de Deus.  Ou seja, será comparando uma com outra que quero fazer sobressair a alegria da cidade do grande Rei (a expressão poética é a do Sl 48:1-2).
A primeira afirmação a ser feita é que a alegria do Reino de Deus é gerada em nós pelo próprio Espírito Santo.  Paulo, ao listar os frutos do Espírito que devem ser produzidos e encontrados pelos que nele vivem, coloca de início a alegria (veja Gl 5:22).  Com isto o apóstolo está demonstrando que a vida do cristão tem que ser uma vida alegre por sua natureza, assim como é da natureza da mangueira produzir manga e do coqueiro produzir coco.
Entendo nesta implicação, pelo menos duas outras que devo destacar aqui.  A alegria do Reino de Deus é completa em si mesma e, ao contrário da carnavalesca, não depende de estímulos externos para acontecer e nos inundar (leia Jo 17:13).  Embora possa até ser sazonal, mas é sempre resultado de sua maneira própria de ser e existir – é fruto. 
O livro de Atos nos conta que os convertidos de Antioquia ao se encherem do Espírito se encheram da verdadeira alegria (e continuaram cheios como é o que diz At 13:52).  E penso que a instrução paulina para nos enchermos do Espírito deve de imediato também nos fazer transbordar completamente de alegria (note bem que em especial no verso de Ef 5:18 a plenitude do Espírito está em oposição à alegria imperfeita e precária do vinho).
Outra implicação da alegria do Espírito que é marca do Reino de Deus é que ninguém pode nos tirar.  Jesus garantiu que embora nossa tristeza pudesse ser real, mas ela seria eventual e transitória, mas a alegria que ele nos prometeu, esta sim, seria eterna (confirma em Jo 16:22).  Ao contrário da alegria deste mundo, a nossa não é circunstancial, então nenhum fator externo pode alterá-la em nada.
Volto a Paulo para citá-lo quando disse aos cristãos de Corinto que mesmo em tribulações ele podia experimentar o transbordamento de sua alegria (leia em 2Co 7:4).  É claro que nesta afirmação deve está implícito uma dose – e grande – de fé e esperança (pelo menos é isso que aponta Rm 8:18).  Ou seja, se a alegria deste tempo explode no Carnaval ela vai acabar em cinzas.  A nossa, contudo, pode até ser provada pelo fogo momentâneo das tribulações, mas redundará numa alegria eterna.
Sim, a alegria é o Reino de Deus, não a alegria efêmera e aparente destes dias, mas a verdadeira, profunda e eterna que só o Espírito nos confere.  Que assim Ele nos faça.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nota de Falecimento

Queridos,

Com pesar confirmo a informação do falecimento de minha avó Emília Perruci Cervino.

A minha avó faleceu esta madrugada no Recife depois de uma vida centenária de exemplo e dedicação ao Senhor.  

Com certeza algo do que sou hoje como pastor e servo de Cristo devo a herança santa que recebi dela.

Orem por nossa família, em especial minha mãe Idea e minha tia Yclea.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

COM O QUARTO HOMEM

Numa relação mais completa dos herois da fé no AT devem constar os três amigos de Daniel: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (em seus nomes babilônicos).  Além de eles terem participado com Daniel da dieta de fé (citado em Dn 1:8-16), eles aparecem como personagens principais do episódio da imagem de ouro de Nabucodonosor que resultou na condenação à fornalha ardente.
Segundo o relato bíblico, a cena começa com o rei mandando fazer uma imagem sua com mais de vinte metros de altura e ordenando que todos deveriam adorá-la.  Como os três jovens foram denunciados pelo descumprimento da lei, receberam a sentença.  Aqui começa o prodígio de Deus: Nabucodonosor olhou e viu não três, mas quatro homens andando livremente entre as chamas.
Diante desta narração, devo perguntar não quem era este quarto homem (deixo isso para o campo das especulações), mas o que fazer para ter tal companhia quando eu estiver também tendo que enfrentar a fornalha sete vezes mais aquecida (foi assim descrita em Dn 3:19).  Para responder isto, basta observar a postura dos amigos do profeta.
O primeiro destaque a fazer é que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego decidiram – e executaram a decisão – não se dobrar diante da imagem (veja Dn 3:8 e 12).  Só quem se mantém firme diante da tentação dos ídolos é que pode experimentar a companhia do quarto homem.
Sei que hoje não temos mais governantes que nos imponham leis idólatras (segundo a constituição brasileira somos um país sem religião oficial), mas como somos tentados a prestar reverência a outros deuses – o culto ao corpo; o culto à prosperidade; o culto à fama; o culto ao ego; o culto ao conforto entre outros – e todos eles nos impedem daquela companhia (lembre-se que esta também foi a tentação que o diabo lançou sobre Jesus em Mt 4:8-10).
Os três jovens também demonstraram conhecer de verdade o Deus a quem serviam (leia em Dn 3:15-17).  Mais uma vez, só quem tem experiências com Deus pode ter a ousadia de enfrentar o rei pois sabe que o Senhor o livrará.
É verdade que nunca houve uma geração com mais acesso a informações que esta nossa.  Mas isso não quer dizer que vivenciamos do contato com o divino e o sagrado em nossas vidas.  Hoje se sabe à distância, porém falta proximidade e convicção para não ceder, e isto é indispensável para a companhia inusitada (compare com a experiência de Jó em 42:5 e Paulo em 2Tm 1:12).
Em terceiro lugar, aqueles rapazes estavam dispostos a assumir as responsabilidades e consequências de sua fé e suas decisões (leia mais em Dn 3:18 – e penso que aqui está o ponto forte).  Ainda, quem se dispõe a ser fiel até a morte sabe o que é ter o quarto homem caminhando no meio da fornalha.
Observo que a portabilidade tão em voga nos dias de hoje também tem chegado à nossa fé e às nossas convicções.  Desta forma, abre-se mão muito facilmente de verdades e compromissos para dar lugar a uma proposta religiosa mais confortável – e até parece natural! – porém é certo que tal atitude não atrai o quarto homem (já citei Ap 2:10, porém ainda é bom ler Lc 9:61).
Devo concluir esta reflexão mais uma vez enfatizando que somente quando o quarto homem observa na minha vida a atitude – e não somente o discurso – de adoração exclusiva, de conhecimento profundo e de disposição completa é que ele chegará para me fazer companhia no meio da fornalha.  E certamente ele o fará para a glória de Deus.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nosso primeiro ano

Então Samuel pegou uma pedra e a ergueu entre Mispá e Sem; e deu-lhe o nome de Ebenézer, dizendo: "Até aqui o Senhor nos ajudou" (1Sm 7:12)
Há um ano estávamos lançando na rede o nosso Blog.  Era então uma experiência nova.  Apesar de já ter o costume de escrever, mas responsabilidade de colocar a disposição para o mundo nossas ideias e crenças, além, é claro, de nossa visão do mundo até que assustava um pouco.  Prevaleceu, porém a alegria de compartilhar palavras e impressões.
Foram mais de cento e vinte postagens, falamos sobre a Bíblia, sobre a vida cristã, nossa terra, nossa igreja e otras cositas más.
E como foi bom escrever este ano!  Como foi bom interagir com gente querida que está perto, gente amada que não vejo há tempos – que saudade! E ainda gente que nunca conheci pessoalmente, mas que muito me alegraram com sua companhia neste espaço.
Sei que Deus muito me abençoou escrevendo aqui e oro para que Ele também tenha abençoado a muitos outros também.
Penso sinceramente que é só o começo...
(E na foto lá em cima, como não tinha festa de um aninho do blog, aproveitei de uma festa infantil de nossa igreja)