sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PORQUE AMO SERGIPE




Entre nós há muitos pernambucanos, alagoanos, baianos e outros tantos – são todos muito bem vindos e os queremos bem aqui; eles que me compreendam, mas eu amo Sergipe!  Eita terra boa!
Eu amo Sergipe não por ela ser a terra de homens como Tobias Barreto, Silvio Romero ou Inácio Barbosa, ou por ser o menor Estado do Brasil com pouco mais de 21 mil km² e sua capital Aracaju ter algo em torno de 500 mil pessoas morando (na foto lá em cima, Aracaju vista do satélite - fonte GoogleEarth).

Eu amo Sergipe não por suas praias (a bem verdade nem ando muito na Atalaia), suas flores e paisagens (e como tem lugar bonito aqui! - na foto ao lado a construção da ponte ligando Aracaju a Itaporanga).

Eu amo Sergipe também não pela minha história pessoal: nasci aqui há mais de quarenta anos, cresci e estudei, fui batizado nesta terra e Deus me encontrou fazendo-me vocacionado, aqui também me casei e me tornei pai.  Também não é porque apenas tenho trabalhado com a igreja aqui há mais de 15 anos (ao lado Aracaju em 1920).
Eu amo Sergipe apesar de problemas urbanos recentes e da violência que teima em chegar (lembro da infância em que não tinha nada disso!); apesar de nosso histórico complexo de isolamento e pequenez; apesar de nossa forte tradição religiosa que às vezes parece maior que a busca sincera pela verdade – o que mais parece acomodação – mas não é de todo o mal maior.
Eu amo Sergipe porque Deus tem me chamado para pastorear este povo – sim amo mais o povo que o chão! (ainda ouço como para mim as palavras de Jesus a Pedro em Jo 21:16-17). 

Eu amo Sergipe porque acredito que o Senhor vai fazer dessa nossa gente um povo todo seu – afinal sei que é verdade que posso todas as coisas naquele que me fortalece (como Paulo diz em Fl 4:13 - na foto uma visão do nosso povo lá no Sol Nascente celebrando). 

Eu amo Sergipe porque o Senhor tem me dado ainda sonhos sobre este lugar e posso confiar que a destra do Senhor fará proezas (é a promessa do cântico que está no Sl 118:15 - e este aí do lado sou eu lendo).
Eu amo Sergipe porque acredito que para tal tempo Deus me colocou aqui e que não haverei de ouvir as pedras clamando sobre o meu silêncio (vou assumir o conselho dado à rainha Ester em Et 4:14 e me cuidar da advertência de Jesus na entrada de Jerusalém em Lc 19:40).
Por isso eu amo Sergipe e por isso quero levá-lo a amar mais e mais o Senhor da glória.

(olhe o sol se pondo num parque aqui da cidade)



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

NO DIA EM QUE O SOL PAROU


A história do dia em que o sol parou lá no Antigo Testamento está entre aquelas mais lembradas das narrativas bíblicas.  Mas para entender melhor o episódio deixe-me inicialmente colocá-la num contexto.  A conquista dos filhos de Israel da terra prometida no século XV a.C. aconteceu em meio a batalhas sangrentas.  Josué liderou o povo como um militar e sempre os animou a tomar a iniciativa e enfrentar seus inimigos dispostos à vitória.
O que ocorreu e foi narrado no capítulo 10 do livro de Josué não segue a mesma linha de acontecimentos: liderados por Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, uma coligação levantou-se e desafiou os gibeonitas.  Para defender seus aliados, Josué juntou seus melhores homens e partiu para a guerra.
Antes de chegar no inusitado da história – o evento do sol parado – já podemos aprender algo.
A primeira lição é de solidariedade.  Os reis se juntaram para atacar Gibeon.  E para defender seu aliado, Israel se lançou à batalha.  Tudo começa quando o povo de Deus é capaz de sentir a dor e o problema de irmão e se envolver procurando se somar na resolução dos mesmos.
Textos não faltam neste sentido: no AT o Sl 133 fala em vivermos em união e no NT Jesus declara que nossa identidade só aparecerá quando amarmos uns aos outros (está em Jo 13:35).  Tudo indica que Josué e seus homens realmente anteciparam a instrução paulina de compartilhar o choro e a alegria do outro (como é dito em Rm 12:15).
A segunda lição vem da atitude de Josué em reunir seus melhores homens (veja Js 10:7).  Para enfrentar as batalhas que sobrevêm contra nós – principalmente as batalhas espirituais – temos de colocar o que temos de melhor a disposição do nosso General.
Aqui lembro ainda das palavras de Jesus que fala em Mt 6:33 em dar o primeiro lugar ao Reino de Deus.  Também não posso me esquecer da advertência de Jeremias quanto ao fazer a obra de Senhor de modo negligente (leia em Jr 48:10).
É nesse momento que o surpreendente acontece.  Quando o povo de Deus se coloca com amor e disposição, o próprio Senhor faz aquilo que não nos é possível (lembre de Mt 19:26).  Duas expressões do verso 14 nos dão o tom da ação divina.
Em primeiro lugar é dito que o Senhor atendeu a um homem.  O que está claro aqui é que quando um servo fiel entra em oração, Deus atende.  Tiago ainda observa o mesmo sobre o profeta Elias que, mesmo sendo humano como nós, Deus o atendeu segurando a chuva.
A outra expressão é que o Senhor lutava por Israel.  O nosso Deus vai a nossa frente e luta por nós.  É o caso da confiança de Neemias ao incentivar o povo na reconstrução do muro (confira Ne 4:20).
É isso que acontece: Deus manipula as leis naturais para agir poderosamente em favor dos seus filhos quando estes se unem com dedicação, amor e zelo, e quando entram na batalha em oração e confiança (compare Gn 8:22 com Js 10:13 e veja do que Deus é capaz!).
Com ousadia, nos entreguemos à batalha espiritual, certos de que o Senhor vai fazer o sol parar até que nossos inimigos se ponham em fuga e a vitória esteja conquistada para o seu louvor.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

ESTÁ CONSUMADO




Os últimos momentos de vida aqui na terra, Jesus os passou em tremenda agonia.  Sem dúvida, as horas na cruz, depois de ter experimentado o Getsêmane, passado pelos julgamentos e pela via crucis, levaram o Filho de Deus – na condição de homem – a sentir o ponto máximo de dor, sofrimento e humilhação que alguém pode passar.
Os evangelistas nos contam que no Calvário Jesus pronunciou apenas frases curtas porém de profundo significado.  A última delas é a convicção de que o ápice da história havia chegado: ESTÁ CONSUMADO! (leia em Jo 19:30).  Desta descrição de cena e da frase proferida pelo Mestre podem extrair algumas verdades fundamentais à nossa fé.
A expressão final de Cristo na cruz soou a partir daquele monte nos arredores de Jerusalém e ecoou na eternidade.  Está consumado é a declaração final de Deus: eu fiz o que tinha que fazer!
Está consumado para o ser humano.  Em Jo 1:14 nós lemos que Cristo é a revelação da glória de Deus.  Tudo que Deus tinha para dizer aos homens e mulheres de toda a história está dito no Verbo que se fez carne.  Na cruz esta revelação do amor e do poder divino está completa. 
Mais ainda, ao ser humano a obra consumada de Cristo é o exemplo, modelo e padrão de vida submissa à vontade de Deus que nós devemos seguir (leia Ef 4:13).  Como servos de Deus temos que aprender a viver e morrer com Cristo para que venhamos a ressuscitar com Ele (veja ainda 1Co 15:20).
Está consumado para Satanás.  O brado de Jesus é a exclamação de que a vitória está definitivamente ganha.  A batalha está finda pois Cristo já foi declarado vencedor (vá a 1Pe 3:18-22 e confirme que o próprio inferno ouviu de Cristo que a vitória está consumada).
Satanás ainda tem que saber que na vitória do Calvário o poder do pecado sobre as vidas humanas está terminado: ele não mais tem domínio sobre os que estão debaixo da graça (conforme diz Paulo em Rm 6:14).
Está consumado para Deus.  O Filho disse ao Pai que a missão estava completa.  Hb 9:22 alerta para a exigência de derramamento de sangue para satisfazer os desígnios eternos de Deus e na sua declaração Jesus está afirmando que Deus estava satisfeito com a obra do seu Filho.
O perdão, a salvação e a graça agora podem ser concedidos a todo aquele que crer pois a obra de Cristo para com Deus está consumada (tenha Ef 2:9-10 sempre em mente).
Diante de tão triunfante exclamação, devemos dar glórias a Deus pois desde agora e para toda a eternidade a obra poderosa de Deus está consumada através de Cristo Jesus no Calvário.   Louvemo-lo com todo fervor.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

GUARDA-TE




Relendo os conselhos pastorais dados a Timóteo na sua primeira carta encontrei a seguinte instrução: Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1Tm 4:16).  Esta advertência me trouxe a mente o cuidado que não somente os líderes eclesiásticos devem ter, mas as servas e servos de Deus no seu viver diário.  A vida cristã exige atenção e cuidado (lembro ainda sobre isso as palavras paulinas em 1Co 10:12).
Ampliando o conceito e procurando nas páginas sagradas sobre como aplicar as diretrizes bíblicas encontrei nos livros de sabedoria e poesia do AT referências bastante ilustrativas.  Vejamos algumas.
O mestre filho de Davi diz: guarda o teu pé quando fores à Casa de Deus (em Ec 5:1).  Compreendendo a figuração do texto, é-nos indicado sobre a necessidade de haver reverência com as coisas sagradas.  Mais do que um ritual de lavagem de pés (e o que Jesus fez em Jo 13 é riquíssimo em lições, mas não é o caso aqui!), o que o sábio está instruindo é sobre o cuidado em se guardar de profanar o lugar e o momento de estar na presença do Senhor; dar a Ele o valor devido e reconhecer com gratidão e devoção o privilégio que é desfrutar da presença e proteção divina.
Ainda na poesia dos Salmos, os coraítas demonstraram bem qual a extensão deste cuidado ao reconhecer que um dia na presença e na Casa do Senhor é melhor que mil noutro lugar (leia em Sl 84:10).
É de Davi a instrução para guardar a língua do mal (veja o Sl 34:13).  Este é um tema bastante recorrente em toda a Bíblia.  Provérbios chamam a atenção para a realidade de que a morte e a vida estão no poder da língua (o verso é Pv 18:21) e Tiago pondera que um órgão tão pequeno como a língua pode causar bastante destruição se não for controlado (no NT em Tg 3:1-6).
Neste sentido o louvor de Davi se enche de significados quando ele exalta o Senhor por ter colocado em seus lábios um cântico novo e um hino de louvor ao nosso Deus (é o Sl 40:3).
Uma última indicação vem do livro dos Provérbios: Guarda com toda a diligência o teu coração (Pv 4:23).  É certo que dele procedem as fontes da vida e ele representa o centro de toda a nossa existência então mais que um cuidado com o cardiologista, a instrução bíblica é para ter atenção e cuidado com aquilo que trazemos e levamos em nossa vida; aquilo que reputamos como importante em nossa existência.  Além disso, o próprio sábio faz um convite amoroso para que seu filho lhe dê seu coração (atente a Pv 23:26).
Sobre isso a observação de Jesus é por demais pertinente: onde eu guardo meu tesouro eu coloco meu coração (leia Lc 12:34), logo se meus tesouros são celestiais e santos, toda a minha vida estará guardada na casa do Pai.
Quero concluir esta reflexão pedindo ao Senhor que nos ajude a guardar nossos pés, nossa língua e sobretudo nosso coração, pois só assim poderemos encontrar a salvação para nós e para os que nos ouvem (volte a 1Tm 4:16).  Que nos faça assim para glória divina.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

NOSSAS FOTOS


O Thiago está fazendo um trabalho interessante colecionando nossas fotos.  Pode notar que coloquei um link ali do lado para ir direto a sua coleção - http://www.tkrodrigues.com.br/album 
Aproveito para pedir a quem tiver fotos antigas aqui de nossa Congregação no Sol Nascente que por favor entre em contato comigo - ibsolnascente@gmail.com - ou diretamente com ele - thiago@tkrodrigues.com.br - para completarmos este trabalho.



Obrigado.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Ordem e a Autonomia da Igreja Local


Em decisão recente, o Conselho da Convenção Batista Brasileira ordenou que a OPBB – a Ordem dos Pastores Batista do Brasil – órgão vinculado a nossa Convenção, deveria rever seus procedimentos em relação à convocação de concílios para exame e ordenação ao ministério pastoral.
Concordo com o posicionamento do Conselho expresso pelo presidente no texto publicado em O Jornal Batista em 27/09/2009, até por que em reuniões de pastores aqui em Aracaju já havia expressado posicionamento simular.  Mas o que me traz a esta reflexão é o tema de nossos princípios batistas: aquilo que expressamos como nosso padrão de fé e que historicamente, nestes 400 anos, nos trazem identidade.
A crença na regeneração exclusiva pela graça.  A certeza de que cada crente em Cristo é um sacerdote individual e por isso tem acesso livre a Deus.  A independência e separação entre as instituições da Igreja e do Estado.  A adoção da Bíblia como Palavra de Deus e regra única estabelecida para fé e prática.  Todos são princípios basilares.  Nesta ralação deve entrar também a afirmação da completa autonomia da igreja local.  Embora convivamos em associações e convenções as quais são não só úteis, mas extremamente importantes ao proporcionarem a união, coesão e soma de esforços na concretização de esforços mútuos para as igrejas e seus membros; é na igreja local que a fé, a vida cristã devocional, o crescimento e discipulado e comunhão dos santos acontecem – e isto é que é igreja em sua essência.
Exemplos no NT temos vários.  Só para citar um que serve bem de exemplo: o Concilio de Jerusalém (a narrativa do evento e seus desdobramentos está em At 15).  Mesmo tendo sido convocados líderes de lugares diversos, o texto afirma que coube a igreja local a decisão final.
Penso que além da base bíblica (pode ler Mt 18:15-19; 1Co 12:27; At 13:1; além do capítulo 15 já citado), um lógico encadeamento de doutrinas nos levam a tal compreensão.  O Espírito divino foi derramado individualmente em cada homem e mulher e estes são congregados pelo mesmo Espírito em uma comunidade local para junto repartirem a sua fé no intuito de crescerem na graça e no conhecimento de Cristo Jesus.  Ora se é no meio da reunião local de santos congregados que o Espírito se manifesta – daí não haver classe sacerdotal diferenciada na igreja já que sobre todos é dado um mesmo Espírito – então é também nesta comunidade local que a igreja se faz acontecer.
A igreja local está nos planos de Deus e qualquer movimento que venha de maneira exterior interferir em sua autonomia como reunião de santos que tendo sido revestidos do sacerdócio universal como crentes e por isso aptos para interpretarem fielmente a vontade divina nos questões locais e preparem-se a si mesmo para contribuir para o engrandecimento do Reino de Deus em nossa terra; qualquer interferência tem que ser realmente extirpada de nosso meio.
Termino afirmando que continuamos batistas por convicção e ainda que continuamos filiados a CBB e sua representante no Estado de Sergipe, a CBS, e que esta postura só nos deu maior convicção de nossa concordância administrativa e doutrinária.  Sei que nossa Convenção também tem seus deslizes – e precisamos sempre corrigi-los – mas no geral creio que Deus tem nos conduzido no caminho certo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

DEUS FAZENDO PRODÍGIOS




Alguns episódios na vida terrena de Jesus são surpreendentes pelo inusitado das circunstâncias que os cercam.  Lucas nos conta em 5:17-26 um destes episódios quando Jesus estava pregando para uma multidão e alguns homens trouxeram um paralítico a fim de ser curado.  Como não conseguiam chegar perto, subiram no terraço da casa e o fizeram baixar na maca no meio da multidão para que este tivesse acesso a Jesus.
A narração continua com Jesus perdoando os pecados do enfermo e os fariseus questionando a autoridade de Jesus.  O evangelista ainda conta que por conhecer os corações daqueles homens, Jesus demonstrou o seu poder ao estender o poder de perdoar ao poder de curar, restabelecendo a saúde daquele paralítico – foi isso que causou admiração: Hoje vimos coisas extraordinárias (Lc 5:26).
A admiração dos que testemunharam o episódio é pelo fato de eles terem visto pessoalmente a concretização da ação de Deus em fazer proezas em favor dos seus.  O nosso Deus faz maravilhas e intervém em favor de homens e mulheres!  Nisto está a grandeza do seu amor e misericórdia!
Dos que presenciaram aquele acontecimento, três grupos são bem destacados:
O primeiro grupo citado é o dos fariseus e professores da lei.  Por definição deveriam ser os que mais conheciam a Deus e o seu poder amoroso; mas não foi isso que aconteceu.  Eles estavam ali para ouvirem Jesus falar, mas não estavam dispostos a crer nele como o Messias.  Aqueles homens da religião testemunharam do poder de Deus, mas as amarras religiosas e um conhecimento canhestro e limitado de quem é Deus os impediu de serem tocados pela graça divina.
Às vezes nosso conhecimento limitado de quem é Deus também limita nossa percepção do que Ele faz entre nós e por nós
Um destaque deve ser dado ao paralítico.  Ele ouviu as instruções de Jesus para levantar, pegar a cama e ir para casa e se dispôs imediatamente a cumpri-las.  Sem alternativas e consciente de sua deficiência, aquele homem – nem o nome sabemos dele – assumiu que carecia da intervenção de Cristo em sua vida e esteve aberto para recebê-la com humildade.
Ao reconhecer nossa absoluta necessidade da Deus e nos submeter à manifestação de sua vontade, Ele realmente age em nosso favor.
E por fim, devo citar o grupo de homens que alguma coisa fizeram em prol do paralítico.  E Lucas chama a atenção para o fato que Jesus notou a fé que eles tinham.  Eram apenas alguns homens diante de uma multidão que cercava Jesus, mas eles não mediram esforços nem se detiveram diante das impossibilidades para levarem o necessitado até Jesus.
Quando usamos de coragem e ousadia para levar pessoas até Jesus, as proezas de Deus acontecem.
Finalizo questionando: a qual destes grupos você se assemelha?