quinta-feira, 30 de abril de 2009

A FAMÍLIA DE DEUS


A Bíblia nos diz que no princípio Deus criou todas as coisas. Neste processo formou o ser humano a sua imagem. Compreendendo assim inicialmente devemos ver que Deus é o modelo que todo homem e toda mulher deve seguir. Pensando em família, o modelo apresentado pelo Mestre deve ser então o parâmetro para as nossas famílias.
Como igreja, somos chamados de Família de Deus. Como família, também nós – igrejas – temos virtudes e defeitos. Mas, sem dúvida, é pensando numa igreja-família que devemos aprender os acertos de uma para passá-los à outra e os vícios de cá para evitá-los lá.
Lendo a carta aos Efésios podemos extrair pelo menos três parâmetros básicos que uma família deve apresentar para ser considerada Família de Deus – aqui penso tanto na minha igreja em geral como na minha casa em particular. Vejamos:
“Portanto, sejamos imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5:1). A família deve ser lugar de crescimento. Num lar onde o modelo divino prevalece, os pais são exemplos dignos a serem seguidos e os filhos sabem que seguir os seus passos é garantia de qualidade de vida (veja o Sl 132:12 uma promessa sobre isso).
Como filhos de Deus, devemos olhar para nosso Pai celeste e procurar imitá-lo em tudo. Assim deve ser o padrão de relacionamento na Família de Deus.
“Do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra” (Ef 3:15). A família precisa ser um lugar de referência. Ao colocar a família como referência, Deus estava estabelecendo um ambiente onde cada um dos seus filhos e filhas experimente a certeza de se saber incluído (lembre-se que foi disso que o filho pródigo sentiu falta ao lembrar da casa do pai na parábola em Lc 15:17).
Como Família de Deus é importante que transformemos nosso lar em um lugar onde todos possam ter referência e sentido para suas vidas. Assim deve ser o parâmetro na Família de Deus.
“Vocês já não são estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2:19). A família tem que se tornar necessariamente um lugar de acolhimento. O ambiente da família no modelo de Deus é o lugar onde cada um dos seus membros – do mais velho ao mais novo – se sente querido e acolhido e sabe que é bem vindo e tem abrigo (a promessa de Jesus sobre as moradas da casa do Pai em Jo 14:2 transpira um acolhimento assim).
Como na casa do Pai eterno, as nossas casas precisam ser um lugar que nos permita chegar e saber somos sempre bem-vindos. Assim deve ser o lar que se espelha da Família de Deus.
Deus é o nosso Pai amoroso, e seu exemplo de família precisa ser valioso e indispensável para construirmos nosso lar e nossa igreja. Que façamos deste exemplo nosso parâmetro de vida; para a glória exclusiva do Pai.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

TRANS SERGIPE


A operação Jesus Transforma, ou Trans, como é mais conhecida, é uma ação missionária que envolve centenas de voluntários na proclamação do evangelho em cidades e bairros não alcançados, onde o conhecimento do verdadeiro Deus está ausente, objetivando ao fim a plantação ou a revitalização de uma igreja.
Ao fim de cada projeto, missionários nomeados por Missões Nacionais têm a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho em cada cidade e bairro alcançado, firmando na fé os novos convertidos, estruturando liderança e, por fim, tornando a igreja auto-sustentável e com DNA missionário.
Participar de uma Trans é, acima de tudo, demonstrar paixão pelas almas perdidas e comprometimento com o Reino. Os que decidem viver essa experiência passam antes por um período de treinamento e capacitação, recebendo informações sobre o campo de atuação e aprendendo técnicas de evangelização arrojadas que ajudarão nos trabalhos de visitação, abordagem nas ruas, trabalho com crianças e serviço social.
Além de ser uma ótima oportunidade para praticar o Ide de Cristo, a Trans proporciona períodos preciosos de comunhão com batistas de várias partes do Brasil.
TRANS SERGIPE
Em nosso Estado, a Operação Jesus Transforma alcançará os municípios de Arauá; Barra dos Coqueiros; Brejo Grande; Feira Nova; Gararu; Ilha das Flores; Itabaiana; Macambira; Moita Bonita; Monte Alegre; Muribeca; N.S. de Lourdes; Porto da Folha; Riachão do Dantas; Santa Rosa de lima; Siriri e Tobias Barreto.
O projeto iniciará no dia 12/07 com a chegada dos voluntários em Sergipe. O treinamento nos dias 13 e 14 será destinado apenas para as equipes de voluntários, pastores, missionários e obreiros das cidades que participarão da Trans.No dia 15/07 haverá o comissionamento e as equipes serão enviadas ao campo. A ação missionária acontecerá entre os dias 16/07 a 31/07.
O projeto culminará com o culto da vitória para celebrarmos os milagres vividos na Trans Sergipe, através do poderoso agir do Espírito Santo. Os quais, desde já, cremos que serão alcançados para honra e glória do nosso Deus!
Missões espera por você! Sergipe precisa de você.

(extraído do site: http://www.batistasdesergipe.com/)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

DISCIPULADO RADICAL - IX



Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: não jurem falsamente... (Mt 5:33). Jesus continua reinterpretando a Lei dada por Deus aos antigos, aplicando-a ao coração e a vida dos seus discípulos. O tema agora é a verdade.
Nos Dez Mandamentos está preceituado: “Não dirás falso testemunho” (Êx 20:16). O que a Lei quer preservar aqui é o valor da honra e da verdade. Por conta da possibilidade da mentira, os antigos garantiam suas palavras chamando Deus por testemunha – o juramento (Dt 6:13). Assim o juramento atestava os ditos em relação ao passado e garantia os votos futuros.
Agora Jesus exige dos seus discípulos uma postura de verdade radical: sim, sim; não, não (Mt 5:37). Nada menos que toda a palavra do servo de Cristo deve ser verdadeira; sendo assim, o cristão não tem necessidade de atestar as suas palavras tomando Deus como testemunha no juramento. A mentira (filha do Diabo como é dito em Jo 8:44) já deve ter sido extirpada de minha vida pelo poder que emana da cruz de Cristo, logo posso tomar posse de toda a verdade e viver baseado nela.
A pergunta é inevitável: Mas como viver assim? A resposta tem que também ser radical: lendo a Bíblia reconheço duas respostas. a) em relação ao passado, tenho o auxílio do Espírito Santo que faz lembrar fielmente da Palavra de Deus (Jo 14:26), não preciso atestar mais minhas palavras pois o Espírito em mim já o faz em todos os momentos; e b) quanto ao futuro, como ele para mim permanece incerto, a instrução é que toda garantia dos planos futuros seja colocada no Senhor (Tg 4:15). Assim não preciso jurar pois Deus fará o que bem quiser da minha vida.
Certo de que o próprio Deus me fará, pela sua graça e poder, viver um discipulado verdadeiro. Que eu me dedique àquele que é a própria verdade – Jesus (Jo 14:6) para sua glória.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

USA-ME, SENHOR


Vamos considerar sobre a Campanha de Missões Mundiais / 2009. O tema sugerido pela nossa Junta está baseado no texto da vocação de Isaías (Is 6:1-8). No texto, o profeta tem uma visão do Senhor em glória e a partir desta visão, toda a sua vida foi transformada: seus lábios impuros foram tocados e seu pecado perdoado. A consequência disto é que Isaías respondeu favoravelmente ao desafio missionário que ouviu naquele culto.
A resposta do profeta em se dispor a atender ao chamado é, com certeza, um modelo para nós cristãos modernos que também somos chamados à missão (confira em Mc 16:15). Mas vejamos a que implicações Isaías estava disposto a se comprometer a partir de sua disponibilidade.
Quem diz ao Senhor para usá-lo estar-se colocando a disposição para se mover. Com a sua resposta, Isaías sabia que, embora o santuário fosse o melhor lugar para se ficar, mas estar pronto para responder ao Senhor deve significar sair do lugar de conforto para o de trabalho missionário. Quem ouve a voz do Senhor e atende, tem que se mexer – tem que sair da inércia e começar a agir.
Jesus inicia a grande comissão citada por Mateus dizendo que ela deve ser feita indo. Começando em Jerusalém e sem parar ou desistir chegar até os confins da terra (leia em Mt 28:19).
Em segundo lugar, quando há um verdadeiro comprometimento com a missão que o Senhor nos entrega deve haver também uma ruptura com os vínculos do passado. É claro que para alguns isso vai significar deixar literalmente seu lugar e família como foi com Abraão (Gn 12:1) e ainda é com nossos missionários transculturais. Mas o chamado à missão cristã tem que nos levar a uma separação dos valores deste mundo para que o Reino de Deus seja nossa prioridade.
Voltamos a ouvir Jesus declarando que para o discipulado cristão autêntico é preciso renunciar até a família – sendo ela um empecilho ou ocupando a primazia – e tomar a cruz para segui-lo com integridade (está em Lc 14:26-27).
E ainda, a principal implicação de ouvir e atender a vocação missionária está em se submeter de modo integral à vontade e aos planos de Deus. Quando o cristão se compromete com o evangelho, ele deve vivê-lo de modo absoluto em todos os aspectos de sua vida, o que deverá resultar em abandono do eu com suas falsas prerrogativas e a entrega confiante àquilo que o Senhor tem reservado para os seus.
Aqui a citação é do apóstolo Paulo que entendia que o seu cristianismo tinha que ser reflexo não de suas próprias convicções e aptidões, mas vida de Cristo – e sua vontade e deliberações – no controle de nossa existência (como dito em Gl 2:20).
Que esta seja a nossa resposta também ao ouvir o chamado divino para o cumprimento da missão: Usa-me, Senhor! Para que possamos viver a cada diz cumprindo-a para a glória de Deus.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Batistas comemoram 400 anos


Neste ano, os batistas estão completando 400 anos. A Aliança Batista Mundial (BWA, sigla em inglês) fará uma grande celebração por ocasião do seu Conselho Geral, de 27 de julho a 1 de agosto de 2009, em Ede, a 50 quilômetros de Amsterdã (Holanda). No Brasil, a Convenção Batista Brasileira (CBB) também promoverá celebrações.Comemorações entre os batistas têm tido dificuldades por algumas questões. No Brasil mesmo, a CBB decidiu, após um debate, que o marco inicial batista se deu com a fundação da igreja localizada em Salvador (BA), em 1882. As celebrações não encerraram os debates, que não terminarão agora que a CBB, durante sua assembleia última em Brasília, decidiu que o marco inicial batista foi em 1871, em Santa Bárbara (SP).O mesmo deve se dar com as comemorações do quarto centenário, como o evidencia a própria decisão da Aliança Batista Mundial ao usar a expressão "400 anos do movimento batista". Infelizmente, uma questão apenas historiográfica acabou por se tornar uma questão doutrinária, como se o lugar dos batistas na história precisasse ser avaliado por sua antiguidade e não por sua fidelidade às Escrituras.Para muitos, os batistas começaram às margens do rio Jordão, próximo a Jerusalém, onde João, o batizador, imergia as pessoas que se arrependessem e cressem (vindo daí o anagrama JJJ para designar esta posição). O sucessionismo batista (a ideia de que sempre houve batistas desde os tempos de Jesus) surgiu a partir de meados do século 19. J. R. Graves cria que "Cristo, ainda nos dias de João o Batista, estabeleceu um reino visível na terra, e que este reino nunca foi feito em pedaços. (...) Se seu reino permaneceu intacto, e o será até o fim, (...) seu reino não pode existir sem verdadeiras igrejas". S.H. Ford defendida uma "continuidade ininterrupta do reino de Cristo, desde os dias de João o Batista até agora, segundo as expressas palavras de Cristo". Esta ideia foi disseminada no livro "O rasto de sangue", de J.M. Carroll, publicado em 1931 nos Estados Unidos e duas décadas depois no Brasil.Além desta expressão apologética, há ainda outra dificuldade. Os fatos relacionados ao surgimento dos batistas são pauperrimamente documentados. Pouco se sabe sobre o calvinista John Smyth (1570 - c.1612) ou o arminiano Thomas Hellys (c. 1550 - c. 1616). No entanto, o que se sabe permite registrar, sem margem de erro, que os primeiros batistas surgiram em 1609 em Amsterdã.Um grupo de "pessoas livres do Senhor", pastoreadas por John Smyth, começou a se reunir na Inglaterra. Perseguido, migrou para Amsterdã, possivelmente com recursos do advogado Helwys. Todos queriam liberdade civil e religiosa, possível na Holanda e inexistente na Inglaterra.Para Smyth, uma congregação só pode ser formada por crentes adultos, batizados segundo a consciência. Seguro que este era o ensino do Novo Testamento, Smyth pediu a Helwys que batizasse a congregação, mas a proposta não foi aceita. Smyth, então, o fez, aspergindo-se primeiro a si mesmo e depois aos outros membros, inclusive Helwys, que pouco tempo depois assinaria uma confissão de fé que considerava o batismo como uma manifestação exterior da morte com Cristo visando a novidade de vida, razão por que não deveria ser ministrado a crianças.Num tempo de instabilidade alguns irmãos se uniram com os menonitas, enquanto outros voltaram para a Inglaterra, onde formaram (em 1612) uma igreja sob a liderança de Helwys, que foi preso e morto quatro anos depois.Várias outras igrejas independentes foram surgindo, resultando em crescimento e na descoberta da imersão. Um membro de uma das igrejas existentes na Inglaterra, lendo o Novo Testamento, concluiu que o batismo não só não deveria ser ministrado a crianças como deveria ser realizado por imersão. Como ninguém da congregação, que era calvinista (ou "particular", por crerem que a redenção era só para os eleitos) fora imergido, este irmão, Richard Blunt, buscou um grupo que o fizesse. Os "Collegiants" batizavam deste modo. Ele então se submeteu ao batismo em 1641 e depois batizou os demais 52 irmãos ingleses. Pouco depois, os batistas "gerais" (arminianos) também aderiram. A Confissão de Fé de 1644 trazia a imersão como a forma aceitável de batismo.As igrejas batistas cresceram (rapidamente, para os padrões da época), chegando a 47 comunidades em 1644 e 115 em 1660.Esta é a história que precisa ser pesquisada, contada e celebrada.Temos agora, neste quarto centenário, a oportunidade de agradecer a Deus pelo testemunho de tantos pessoas, contadas hoje em 37 milhões de membros (em 160 mil igrejas), dos quais 1,7 milhão na América Latina (1,3 milhão no Brasil), 5 milhões na Ásia, 8 milhões na África e 21 milhões nos Estados Unidos.Que os batistas no Brasil não percam a oportunidade de celebrar este quarto centenário.
Pr. Israel Belo de Azevedo - extraído do site da Convenção Batista Brasileira - http://www.batistas.com/

segunda-feira, 20 de abril de 2009

DISCIPULADO RADICAL - VIII


O segundo tema reinterpretado por Jesus é o tema do adultério (Mt 5:27-32). Aqui vale o mesmo princípio interpretativo. Jesus não vem abolir a Lei, mas cumpri-la e levá-la a seu real significado e extensão.
Aos antigos foi dito: “Não adulterarás” (Êx 20:14). Neste sétimo mandamento Deus apresenta o alto valor dado à família, a pureza e a santidade. Deus criou o homem e a mulher com suas diferenças e seus desejos. E os fez assim para serem santos e puros na sua vida aqui nesta terra. É isto que Deus intenta preservar neste mandamento.
Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la... (Mt 5:28). Jesus vai além do ato conjugal em si. Todo o corpo, mente e intenções têm de ser consagrados ao Mestre, logo não podem se desviar, tornando-se impuro em nada, nem desviando de sua intenção original. Os desejos do discípulo podem ser santos (leia Hb 13:4) ou podem ser impuros, obstruindo a minha visão do Reino de Deus. Se o coração do discípulo se enche de desejos vãos, então não poderá desejar a pureza que vem do Mestre.
E Jesus vai além: se tiver que escolher entre um objeto de desejo transitório e a fonte suprema de todo bem – que se faça a escolha pelo eterno em detrimento do passageiro. O Mestre oferece aos seus discípulos gozo perene. Mas é preciso não trocá-lo por prazeres banais!
Ainda tratando do desejo, Jesus o canaliza para o matrimônio que só deve ser celebrado em amor. E isto é fácil de compreender. Para o discípulo, qualquer vínculo ou compromisso somente será celebrado se for embasado em amor (confira Cl 3:14), pois qualquer outro vínculo que haja entre cristãos, será abandono do discipulado.
Considerando o Amor de Cristo, razão de ser do discipulado, que eu possa dedicar ao Mestre meus desejos santos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

DO QUE NOS LEMBRAMOS NESTA HORA


Domingo passado fizemos em nossa Igreja uma celebração festiva comemorando a Páscoa do nosso Senhor Jesus Cristo. Foi um culto bonito quando representamos a vida e paixão de Cristo procurando demonstrar o seu tão grande amor. Agora passada uma semana, nos lembramos daqueles momentos e glorificamos a Deus por tudo o que ocorreu.
Mas trazer à lembrança fatos ocorridos é o que fazemos em nossos cultos: celebramos o encontro com Cristo e, como memorial, reafirmamos o que ele fez por nós. É assim, que a Ceia do Senhor – como parte simbólica e regular em nossas celebrações – conduz as nossas recordações. Então vejamos o que esta celebração deve trazer a memória (antes de prosseguir, leia Lm 3:21).
A Ceia traz a nossa lembrança a demonstração do amor imensurável por nós através da encarnação do Verbo (Jo 1:14). A Bíblia nos conta que o Deus eterno se fez humano por ter nutrido um amor tão profundo por suas criaturas que desejou vir a ser igual a cada um de nós. Na comunhão do pão está a lembrança do corpo humano de Cristo que sofreu em nosso lugar (Jo 15:13).
Mas graças a Deus que a história não acaba na cruz. Também trazemos à memória o poder supremo que venceu a morte. O corpo de Jesus não ficou no túmulo pois ressuscitou – Ele está vivo (Mc 16:6). Ambos os lados são fundamentais: só há túmulo vazio porque houve a cruz. Nos elementos da Ceia do Senhor devemos nos lembrar com respeito solene da morte infame, porém com alegria redobrada pela vitória final (1Co 15:55).
E por fim, mas não menos importante, sempre haveremos de nos lembrar quando nos reunimos em adoração da fidelidade daquele que fez a promessa – e com isso a certeza do seu cumprimento (Hb 10:23). Sempre que repetimos os gestos e ditos diante da Mesa do Senhor recordamos de que a volta de Cristo em glória logo se dará (Ap 22:20).
Aquele que por amor encarnou-se, sofreu e morreu, porém venceu a morte, e voltará para buscar a sua igreja nunca pode ser esquecido em nossos cultos e em nossa vida, pois somente Ele é digno de toda a nossa adoração (Fl 2:9-11). Que possamos celebrá-lo com a nossa memória reavivada para sua glória.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A EBD EM MINHA VIDA



Abril é tradicionalmente o mês da Escola Bíblica Dominical. Considerando isso, estou postando um texto que Paulo Rubens escreveu atendendo a um convite do Depto de Educação Religiosda da PIB Aracaju.


Para quem não o conheceu, Paulo Rubens - o nosso Paulinho - foi uma daquelas pessoas que não apenas passou pela vida, ele marcou profundamente a todos que com ele conviveram.


Deus o levou para si no ano passado, e este texto é também uma recordação daquilo que um servo do Senhor deve ser (e posso testemunhar que Paulinho foi realmente assim!).



A EBD EM MINHA VIDA
Eu envelheci,
Fui de uma época que mascar chiclete na igreja era errado,
Que usar boné no culto ofendia a honra,
Que dormir sem pedir a bênção era acordar sem a graça,
Que não trabalhar na obra era ser servo inútil,
Que vigília só terminava as 6 h,
Chamar os pais de senhor era pronome de tratamento,
Que se chorava no fim do acampamento (retiro).

Fui de uma época que o DETRAN e amortecedores, não eram desculpas para não dar uma carona para seu irmão evangélico,
Que culto no lar na segunda feira não era coisa de velho,
Que o domingo à tarde era do evangelismo,
Que a EBD era a primeira mensagem do domingo,
Que amar um idoso era carregar a sua aflição,
Que pastor é pra ser respeitado,
Que Deus é pra ser adorado,
Que a Bíblia era pra ser lida e vivida,
Que pai e mãe era um espelho para seus filhos,
Que psicólogo não era pra crente,
Que advogado do crente era Jesus Cristo.

Mas como eu disse no inicio:
Eu envelheci,
Guardo no meu peito uma experiência do caminho correto,
Nunca me impressionei por igrejas do oba-oba e nem pastores de sopros, pois foi na EBD que tive e tenho as maiores e melhores experiências cristãs.
É claro, tive um pai que sempre depois do culto debatia a mensagem e com conduta e honestidade de vida não era um cristão de mera aparência,
Que tenho uma mãe conservadora. Conservadora sim, pois conduziu até hoje a seus filhos no evangelho.
Nunca conivente com o erro, ao contrário, às vezes rude em disciplinar. Mas o que sou devo a eles, que aprenderam em uma EBD para ensinar a seus filhos.
E vou querer ser igual aos meus pais no ensinamento de um futuro filho.
Pois acredito que um bom filho, será um bom pai.
As vezes sou brincalhão mas nunca infantil,
As vezes imaturo mas não imprudente,
As vezes conselheiro e muitas vezes carente.
Digo mais: tenho muito, mais muito orgulho mesmo de ser professor da escola onde fui aluno.
Porque o verdadeiro professor é aquele que aprende com o aluno e quando ele pratica o que aprende ele é nomeado de EDUCADOR.
Foi na EBD que aprendi a ser homem e ser honesto com a igreja, foi na EBD que descobri:
Que não sou de Aline Barros nem de Feliciano Amaral,
Não sou de Pastor Jabes nem de Pastor Paulo Sérgio.
Eu aprendi a ser MIL VEZES O MEU JESUS E SERVI-LO ATÉ O FIM.

Paulo Rubens, 33 anos!!
17/07/1974 a 17/09/2008.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

DISCIPULADO RADICAL - VII


Vamos voltar agora para o projeto de Jesus apresentado por Mateus. A partir do verso 5:21, Mateus apresenta a nova interpretação que Jesus faz da Lei. Neste texto Jesus destaca cinco temas primordiais para fazer uma leitura interpretativa daquilo que a Lei do AT diz, levando-a ao seu real significado: Homicídio – adultério – juramento – vingança – amor ao próximo. “Vocês ouviram o que foi dito...” – “... mas eu lhes digo...” é a fórmula usada pelo Mestre para mostrar tanto a sua autoridade sobre a Lei quanto a sua autoridade em interpretá-la.
Aos antigos foi dito: “Não matarás” (Êx 20:13). Neste mandamento Deus quer demonstrar o valor absoluto da vida humana por ser a imagem de Deus. Na sua interpretação Jesus não nega o valor dado ao ser humano: pelo contrário, reafirma que Deus dar valor máximo a homens e mulheres (veja Mt 6:26 – ainda vou tratar do tema nesta série de reflexões). É por isto que o Mestre agora se põe a ampliar os ditames da Lei.
Se na Lei antiga a integridade vital e física humana é garantida, Jesus procura garantir a integridade moral, intelectual e espiritual. Ele amplia a Lei prescrevendo que o discípulo não pode se irar contra seu irmão. Muito mais que apenas uma ação contundente contra alguém que o leva a ferir ou morrer, Jesus Cristo classifica como pecado – estará sujeito a julgamento (Mt 5:22) – a ação intencional que vise ferir ou desonrar o próximo.
Diante desta nova interpretação, o próprio Jesus instrui aos seus discípulos a entrar em acordo com o adversário enquanto é tempo (veja o verso 5:25). O que é dito aqui é que o discípulo deve sempre tomar a iniciativa de buscar o irmão para propor reconciliação. Fazendo isto o discípulo estaria dando valor ao próximo como o próprio Deus o dá.
Reconhecendo a autoridade de Jesus sobre a Lei, devo procurar meus irmãos para como eles estabelecer relacionamentos cristãos saudáveis.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A FESTA DA PÁSCOA


Um dia destes em uma entrevista a um jornal local eu afirmei que a Festa da Páscoa é a mais importante de todo o calendário da igreja. E é verdade, quem convive comigo sabe que sempre repito: as celebrações pascoais devem ser consideradas como as mais marcantes e fundamentais de todo o calendário cristão.
Para entendermos as implicações desta afirmação, vamos buscar a crença da igreja primitiva fazendo uma leitura em dois textos paulinos.
Escrevendo aos cristãos de Corinto, o apóstolo Paulo declara que a ressurreição de Cristo está na base de nossa fé. Todo o nosso sistema de doutrinas e regras de práticas só faz sentido se o túmulo estiver vazio. Se esta verdade for reduzida a um mito, despindo-o de realidade histórica e espiritual, nossos pecados ainda estão a nos condenar – assim estamos perdidos – e somos os mais dignos de compaixão (leia 1Co 15:17-18). Mas é verdade que Cristo ressuscitou então a morte foi vencida pela vitória e nossa esperança de glória é também verdadeira (complete a leitura até 1Co 15:56-57).
Outra citação paulina importante para compreendermos o quão importante é para nós a Festa da Páscoa vem do texto aos Filipenses, o chamado Hino Cristológico. Neste texto magistral nós lemos que depois do processo de esvaziamento pelo qual Jesus se submeteu, Deus o exaltou soberanamente lhe dando um nome sobre todo nome (Fl 2:9). Foi dando vitória sobre decomposição da morte (veja a citação de Pedro em At 2:27) que Deus fez Jesus cumprir todas as profecias e se tornar o centro e alvo de toda a adoração por toda a eternidade (volte a Fl 2:10-11).
Sendo assim, somente uma atitude pode dominar a nossa vida e a nossa festa. O próprio Jesus foi o primeiro a dar o exemplo: Mateus nos conta que ao terminar de celebrar a última páscoa antes do suplício Jesus cantou um hino (em Mt 26:30). Não foi apenas cumprindo um ritual, o que Jesus fez foi dar o exemplo sobre a atitude de louvor e adoração que deve ser a marca de toda celebração pascoal.
E mais: devemos fazer nossas as palavras que ecoaram na eternidade entoando louvores ao Cristo ressurreto:

“Digno é o Cordeiro
que foi morto
de receber poder, riqueza,
sabedoria, força,
honra, glória e louvor”
(Ap 5:12).

quarta-feira, 8 de abril de 2009

LEGALISMO – Ladrão da Alegria x LIBERDADE – Guarda da Alegria


Na semana passada a Profª Damares Dias trouxe para as mulheres de nossa Igreja uma palestra excelente sobre o tema do legalismo religioso que aprisiona a alma em oposição à liberdade cristã que guarda a alegria da vida.

Com a autorização dela trago aqui o esboço daquilo que ela disse.


O QUE É LEGALISMO?

É colocar as regras acima de Deus e das necessidades humanas. É uma forma de escravidão.
Legalismo é atraente, mas é destrutivo (Mt 23:25-27 / Mt 15:19-20).


Perguntas iniciais:
1- Deus ouve suas orações nas seguintes situações? a) deitado; b) no banho; c) no cinema; d) caminhando
2- Fazer compras no supermercado aos domingos é do agrado de Deus?
3- Deus ouve minhas orações se eu estiver com os olhos abertos?
4- Você acha que será castigado quando rejeitar algum cargo na igreja?
5- Somente orações longas agradam a Deus?

Considerar:
- Nossa alegria será roubada se nós nos apoiarmos em uma série de regras para nos sentirmos justos aos olhos de Deus (Gl 2:14-16).
- Pessoas legalistas se apoiam em suas próprias obras em vez de na obra de Deus.
- Elas não têm alegria e não suportam se alguém está alegre.
- São religiosas e secas que não podem tolerar qualquer felicidade.
- Pessoas legalistas pensam que é pecado ser alegre, que é errado rir na igreja.
- Para elas é certo sermos sisudos, não nos divertirmos pois isto não é demonstração de espiritualidade.
- O legalista olha muito para a aparência dos outros.

O que podemos fazer com os legalistas?
1- Temos que desenvolver um sentimento de harmonia com eles.
2- Orar por eles
3- Ouvi-los, dialogar e respeitar a opinião deles.

O legalismo causa problemas:
Se formos dirigidos por regras da religião pois a religião observa as circunstâncias em vez das misericórdias.
Jesus veio estabelecer a aliança da graça, tudo que devemos fazer é crer e agir conforme o que Ele diz.

O legalismo perde os milagres e complica tudo.
- Os fariseus deixaram de perceber a grandeza dos milagres de Jesus (Jo 9:15-18).
- Uma atitude legalista baseada no raciocínio humano complica tudo.
- Eles ficaram tão ocupados com a lei tentando obedecer as regras que não tinham tempo de se alegrar e descansar em Deus.
- Os fariseus legalistas focalizaram apenas a quebra da lei em vez de se alegrar com a cura do cego (Jo 9:1-7).
- Devemos parar de tentar mudar tudo e todos e deixar Deus cuidar de tudo, se desejarmos ter paz.
- Em Rm 5:1-2 aprendemos que somente a justificação pela fé, e não pelas obras, é que libera a alegria em nossas vidas.
- Deus não planejou que vivêssemos na escuridão do legalismo ou outro tipo de escuridão.
- Se vivermos uma vida de rigidez legalista não teremos uma vida alegre.
- Senti-se culpado, condenado, triste e deprimido todo o tempo, não é liberdade.
- Em vez de perder a alegria por cousa do legalismo e das regras auto-impostas, o Guarda da alegria mostrará como encontrar liberdade para viver em paz, justiça e alegria enquanto Deus cuidará de todas as coisas em sua vida (Jo 8:31-32).

O Guarda da Alegria nos fará livres em Cristo
Quando crermos nas promessas de Deus e obedecermos aos seus mandamentos que nos liberta das lutas, para descansarmos nestas promessas (Hb 4:3).
Quando entendermos a função da lei que é nos fazer reconhecer o nosso pecado e perceber a necessidade de um Salvador.
A lei reforça nossa inclinação para o pecado (o que Paulo disse) e também serve de guia para nos mostrar a justiça de Cristo com a sua graça que muda nossos desejos.
A graça de Deus é o poder para sermos libertos da tentação e do mal.
A graça de Deus nos fortalece para perdermos o desejo de continuar a pecar.
Devemos admitir nossas fraquezas, confessarmos nossos pecados e estaremos livres da lei auto-imposta.
Quando o Espírito Santo está em nós a Lei de Deus está escrita em nosso coração, a Lei é nosso tutor mas não é nosso senhor, devemos aprender a seguir o Espírito Santo em oração.
É através da oração que entendemos quando estamos fazendo algo que não nos dá alegria.
Teremos alegria em seguir a Deus quando ficamos livre do legalismo tradicional (que não é desordem) e passamos a ver coisas novas que Ele quer que façamos.

CONCLUSÃO.
Muitas pessoas ainda tentam agradar a Deus por obedecer a uma lista de regras sobre o que fazer ou não fazer. Mas muitas das regras que elas seguem não vêm da palavra de Deus, mas de rituais religiosos feitos por homens.
Quais as leis você tem seguido ou criado para si mesmo?

Professora Damares Dias

segunda-feira, 6 de abril de 2009

DISCIPULADO RADICAL - VI


Antes de prosseguir na abordagem do Sermão da Montanha como projeto de discipulado radical apresentado por Jesus, deixe-me fazer uma outra leitura:
Jesus certa vez disse que quem com Ele não ajunta, espalha; quem não estivesse com Ele estaria contra (Mt 12:30). Aqui é expressa uma demonstração da radicalidade pretendida por Jesus para os seus seguidores.

Palavras como estas me fazem compreender que seguir a Jesus exige de cada discípulo um compromisso de exclusividade. Ele não admite que se achegue a Ele com um espírito dividido. Seguir a Jesus é algo que não pode ser repartido com mais ninguém, e mais que isto, não pode se ter meias intenções. Ou se estar com Cristo e se tem tudo, ou não se estar com Cristo e não se tem nada. O quase ou o mais ou menos não existe na relação de compromisso com Jesus.

Aproveito para fazer uma citação do livro “O Discípulo” de Juan Carlos Ortiz, ela ilustra bem o conceito de radicalidade expressa do discipulado requerido por Jesus.

"Talvez alguns preferissem que não fôssemos tão incisivos. Eles pensam que existem três caminhos, e não dois, e vivem por esta idéia. Para eles, haveria o caminho largo, que é para os pecadores destinados ao inferno. O caminho estreito seria para pastores e missionários. E este terceiro caminho – que não é nem muito largo nem muito estreito, uma estrada mediana – seria para o restante dos crentes. Naturalmente, tal hipótese não se acha nos livros de doutrina, mas no livro das realidades, que é onde as pessoas vivem.
Este caminho mediano é uma invenção humana. A verdade é que ou nós estamos no reino das trevas fazendo o que é de nossa vontade, ou estamos no Reino de Deus fazendo a vontade dele. Não existe uma situação intermediária. (...).
Então como é que uma pessoa pode mudar sua cidadania do reino das trevas para o Reino de Deus?
Jesus deu a solução. Sua morte na cruz e sua ressurreição significam isto: qualquer escravo que olhar para a cruz tem a permissão para considerar a morte dele como sua morte. Assim o escravo morre e Satanás perde o seu controle sobre ele.
Depois vem a ressurreição. Por ela somos transportados para o novo reino. Este fator é tão importante quanto a cruz. Morremos para um soberano e renascemos sob o domínio de outro."

sexta-feira, 3 de abril de 2009

MANTOS E PALMAS


No calendário litúrgico cristão este domingo é considerado como o Domingo de Ramos. O motivo da celebração é que num dia como este, antecedendo a Páscoa, Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento e foi saudado pela multidão que estendia seus mantos e colocava ramos de oliveiras para que ele passasse.
Considerando o evento, e relembrando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, vejamos o que o gesto da multidão pode nos dizer sobre aquele que entra em nossa vida. Biblicamente sabemos que o ato de Cristo é cheio de simbolismo e significado; também sabemos que a multidão naquele dia talvez nem tivesse consciência de todos eles. Mas os evangelistas, ao nos narrarem a história, tinham aprendido algumas lições, e são elas que vamos procurar (as citações estão nos quatro evangelhos: Mt 21:1-11 / Mc 11:1-11 / Lc 19:28-40 / Jo 12:12-19).
Jesus vinha de Betânia – cerca de 3 km de Jerusalém – e ordenou que lhe providenciassem uma montaria para entrar na cidade. Montado num jumentinho, Jesus cumpriu mais uma profecia e foi aclamado como rei em Jerusalém (veja em Zc 9:9). O primeiro destaque dos evangelista é a aclamação. Jesus veio inaugurar o Reino de Deus (leia Mt 12:28 e Jo 18:36-37), e com esta atitude ele estava requerendo para si o reino. Os evangelistas sabiam disso e nos ensinam que devemos reconhecer a Cristo, como o verdadeiro soberano: respeito, reverência e obediência.
Como desdobramento deste reconhecimento real, os evangelistas nos contam que a multidão estendeu seus mantos e forrou o chão com ramos e palmas de oliveiras para a procissão real. Esta é uma atitude que revela submissão. Com isto estão nos ensinando que como súditos do reino eterno precisamos colocar tudo a disposição do Rei e de sua vontade. Se Cristo é Rei – e assim também professamos – então que prevaleça a sua vontade (além da citação de Mt 6:36 na qual Jesus instrui neste sentido, a palavra de Maria em Jo 2:5 ilustra esta atitude).
Contudo, o que mais chama a atenção na narrativa é a alegria e o louvor da multidão. Não importa se havia uma compreensão histórica exata daquele momento; a verdade é que o povo usou as palavras do Sl 118:26 para saudar o novo rei que adentrava na fortaleza de Jerusalém (isso lembra Davi em 2Sm 5:7). A presença do Rei dos reis, e sua entronização em glória no meio do seu povo, tem que ser motivo de júbilo e cânticos de adoração (veja a poesia do Sl 24:7-10).
Mesmo sabendo que poucos dias depois ele passaria pelo suplício, mas a atitude de quem tem certeza de que nosso Deus é um Rei vitorioso é atitude de louvor (reconheça e cante ao rei como o salmista em Sl 47:7).
Que este Domingo de Ramos seja mais que uma data em nosso calendário litúrgico; seja uma ocasião de estendermos nossos mantos e palmas em reconhecimento ao Rei Jesus e em alegria e adoração pelo seu Reino entronizado em nós.