segunda-feira, 13 de abril de 2009

DISCIPULADO RADICAL - VII


Vamos voltar agora para o projeto de Jesus apresentado por Mateus. A partir do verso 5:21, Mateus apresenta a nova interpretação que Jesus faz da Lei. Neste texto Jesus destaca cinco temas primordiais para fazer uma leitura interpretativa daquilo que a Lei do AT diz, levando-a ao seu real significado: Homicídio – adultério – juramento – vingança – amor ao próximo. “Vocês ouviram o que foi dito...” – “... mas eu lhes digo...” é a fórmula usada pelo Mestre para mostrar tanto a sua autoridade sobre a Lei quanto a sua autoridade em interpretá-la.
Aos antigos foi dito: “Não matarás” (Êx 20:13). Neste mandamento Deus quer demonstrar o valor absoluto da vida humana por ser a imagem de Deus. Na sua interpretação Jesus não nega o valor dado ao ser humano: pelo contrário, reafirma que Deus dar valor máximo a homens e mulheres (veja Mt 6:26 – ainda vou tratar do tema nesta série de reflexões). É por isto que o Mestre agora se põe a ampliar os ditames da Lei.
Se na Lei antiga a integridade vital e física humana é garantida, Jesus procura garantir a integridade moral, intelectual e espiritual. Ele amplia a Lei prescrevendo que o discípulo não pode se irar contra seu irmão. Muito mais que apenas uma ação contundente contra alguém que o leva a ferir ou morrer, Jesus Cristo classifica como pecado – estará sujeito a julgamento (Mt 5:22) – a ação intencional que vise ferir ou desonrar o próximo.
Diante desta nova interpretação, o próprio Jesus instrui aos seus discípulos a entrar em acordo com o adversário enquanto é tempo (veja o verso 5:25). O que é dito aqui é que o discípulo deve sempre tomar a iniciativa de buscar o irmão para propor reconciliação. Fazendo isto o discípulo estaria dando valor ao próximo como o próprio Deus o dá.
Reconhecendo a autoridade de Jesus sobre a Lei, devo procurar meus irmãos para como eles estabelecer relacionamentos cristãos saudáveis.

2 comentários:

  1. Olá Pastor Jabes. Lendo o texto lembrei do meu chefe. Eu tenho opiniões bem diferentes daquelas que este entende serem corretas. Acabo associando as decisões gerencias à personalidade da pessoa e criando uma animosidade. Não vejo como dirimir todos os conflitos do dia-a-dia, embora eu saiba que isto é uma determinação de Jesus. Acabo me estressando... Abração. Renato Ponte / Brasília.

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  2. Querido Renato,
    Creio que entendo sua situação com a chefia, já passei por isso também. Mas deixe colocar duas coisas: Primeiro que realmente é determinação bíblica a obediência. Em 1Pe 2:18 o apóstolo nos instrui a obedecermos inclusive àqueles que são maus - sei que a palavra no original é escravo - mas a lição é válida, pois o que está em jogo é o respeito a hierarquia. Mostramos nosso discipulado radical quando reconhecemos nosso lugar em qualquer estrutura, porém vivemos e nos portamos em nossos valores além e apesar dela.
    Segundo que o amor ao próximo que está na base da instrução de Cristo ao reinterpetar o mandamento antigo não tem nada a ver com sentimento ou amistosidade. Tem a ver com respeito, tolerância e disponibilidade ao serviço (veja como são radicais as palavras de Paulo em Gl 6:2 e em Ef 4:2). Eu não preciso gostar ou querer bem a alguém para amá-lo no amor cristão. Eu na verdade preciso viver em todos os momentos - inclusive num ambiente de trabalho estressante, desmotivante e sem sentido - de modo digno do evangelho nas pequenas atitudes.
    Obrigado pela postagem.
    Um abraço.

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