quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O AUTOR E CONSUMADOR


Nesta época de fim-de-ano geralmente a tomamos como tempo de reflexão, quando avaliamos o que fizemos e projetamos o que devemos corrigir para alcançarmos nossos objetivos e metas.  Nesta última reflexão do ano quero fazer um pouco isto também e com certeza vou me incluir entre aqueles que precisam fazer tal análise.  É como se dissesse: eu prego em primeiro lugar para eu mesmo ouvir.
O texto que tomo como base está em Hb 12:1-3 que tem como seu ponto central a declaração de Jesus como o autor e consumador da nossa fé.
Mas antes de buscar ler e compreender o texto e a expressão com a qual Hb apresenta Jesus, deixe-me fazer um destaque importante do contexto da declaração.  No verso 1º nós lemos que estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas.  Isto é verdade!  Basta olhar para o que Deus fez em Sol Nascente neste ano.  Realmente há entre nós muitas testemunhas do que o Senhor é capaz e de quanto Ele nos ama.  Tenho louvado bastante a Deus por esta Igreja.
Por outro lado, o texto também nos diz que apesar das bênçãos, há ainda o pecado que envolve.  Ou seja, mesmo diante de tudo o que Deus já fez, ainda estamos sujeitos ao pecado, à falha e ao deslize.  Infelizmente é verdade que nosso adversário continua tentando nos derrubar.  Assim continuo fazendo minha a exclamação e prece de Paulo em Rm 7:22-25.
É neste contexto que volto a considerar a sentença do texto e ela ganha contornos e força peculiar.  Nossos olhos têm que estar fitos em Jesus, e em mais ninguém ou em nada.  Embora as testemunhas sejam importantes para nosso crescimento e fortalecimento mútuo – e agradeço a Deus por elas.  Embora também o pecado e o diabo venham a turvar nosso caminho – e suplico pela clemência divina.  Contudo somente Jesus deve ser o modelo e alvo de minha jornada cristã.
O autor bíblico fala de Jesus como aquele que é o autor da minha fé.  Ele é que faz nascer e acontecer a fé e a firmeza em minha alma.  Só posso crer em Deus e confessá-lo porque Jesus, através do Espírito, plantaram-na dentro de meu ser.  Também é Ele que é o alvo do que eu creio: o consumador.  Só a Cristo devo voltar-me como objeto de minha fé, culto e adoração, porque dele e para ele são todas as coisas (veja Rm 11:36).
Neste fim-de-ano, que seja Cristo Jesus, e não as pessoas e circunstâncias que dominem nossa vida e nossa fé.  Para glória maior dele.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O NASCIMENTO DE CRISTO




Entender o significado do nascimento de Jesus faz toda diferença para comemorar o Natal.  Não entrando em considerações sobre a real data do acontecimento, se em dezembro, fevereiro ou abril como alguns acreditam, o que realmente importa é que a vinda de Cristo ao mundo impactou tão profundamente que a história foi dividida em antes e depois da sua passagem aqui.  O que me faz pensar que esse é o verdadeiro motivo da sua vinda.  Impactar e mudar a história de nossas vidas.
Temos com certeza, que contar como era antes e depois de Cristo.  Ou seja, é impossível o nascimento de Cristo em nós não trazer impacto e transformação.  Natal para nós que somos nova criatura não é árvore na sala, enfeites ou presentes.  Natal é mudança de vida.  É, através da nossa fé, mostrar que o mundo tem esperança sim, por que Deus o amou tanto que ofereceu seu filho para que vidas desfrutassem da liberdade em meio à prisão, da cura em meio à dor, da alegria em meio à tristeza.  Só com o nascimento de Cristo "no coração" é possível desfrutar desse Natal que conhecemos e pregamos tão bem.
Afinal, Ele nos ungiu para "levar as boas notícias aos pobres, cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos cegos" (Is 61:1).
Essa sim deve ser a celebração do Natal da igreja de Cristo.  Histórias sendo modificadas no "antes e depois" por causa do nascimento de Cristo nos corações.
O nascimento de Cristo MUDA A HISTÓRIA.
Elda Linhares Lima Nogueira

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

COMO A NEVE


Eu, como bom nordestino que sou, nunca vi a neve e só a conheço por fotos ou imagens, mas tenho que confessar – sem empolgação é claro – que nesta época de Natal o tema seja recorrente em muitas decorações, discursos e ambientes – certamente reflexos das festividades do Hemisfério Norte onde o frio impera nesta época do ano.
Agora, o que vem a minha mente quando o tema é neve são os textos de Is 1:18 e Sl 51:7 – ambos maravilhosos!  Continuo sem conhecê-la, porém vejo o quanto tais textos me falam ao coração.  Na profecia de Isaías, depois de advertir a nação rebelde, o Senhor promete que embora seus pecados sejam vermelhos, eles se tornarão como a neve.  É a promessa divina.  É o salmista Davi, por sua vez, que me mostra de maneira bem prática como isso se dá.  Vejamos:
O motivo que leva Davi a escrever o Salmo é o pecado cometido por ele e denunciado por Natã, o profeta.  Adultério e assassinato pesavam sobre sua alma e isso a sujava e a deixava encardida como a escarlate – cor do sangue derramado.  O que fazer então?  O que fazer diante do pecado cometido e da culpa sentida?  No Salmo, Davi reconhece, confessa e suplica.
Sei que sou pecador – diz o rei no Sl 51:5.  É preciso reconhecer que o pecado é inerente à vida humana  e ninguém está livre desta mácula (lembro que Paulo também falou sobre isso em Rm 3:23).
Mas o problema não está neste pecado primordial herdado.  Davi sabe que o pecado é pessoal e assim deve ser encarado: contra ti, só contra ti, pequei (é o verso do Sl 51:4).  É esta consciência de que meu pecado antes de tudo ofende a Deus que deixa a minha alma pesada e apodrecida.
Tudo começa a mudar quando há uma verdadeira confissão perante o Senhor.  Vejo o mesmo Davi reconhecer que enquanto o pecado não é confessado a mão do Senhor pesa sobre a nossa vida e o corpo definha (leio isso no Sl 32:3-4).  É bom também acrescentar que quem confessa seu pecado alcançará sempre a misericórdia (como dito em Pv 28:13).
Sentindo a alma manchada e amargurada e tendo confessado o pecado que o perseguia (dito no Sl 51:3), Davi então suplica pela graça divina.  Só Deus pode levar a alma e livrar da culpa (veja os versos do Sl 51:7 e 14).  Mas também só Deus pode criar um espírito novo e devolver a alegria da salvação (veja os versos do Sl 51:10 e 12).  E é isto que está contido na oração do salmista.
Somente quem já experimentou a alma lavada e testemunhou o que é ter o pecado sujo como o sangue transformado em limpo como a neve pode glorificar ao Senhor com a certeza de que o que agrada a Deus é um espírito e um coração quebrantado e contrito (Davi disse no Sl 51:17).  Por isso, ao sentir-se livre da imundície do pecado ele agora poderia voltar a oferecer um culto digno ao Senhor.
Hoje quando falo na neve, quero trazer a minha lembrança – e celebrar com isso – a realidade de que também já tive os meus pecados, que enlameavam minha alma, lavados pelo sangue do Cordeiro tornando-me como a neve e, com certeza, estarei incluído entre os bem-aventurados que tomarão da árvore da vida no grande Dia do Senhor (sei disso através de Ap 22:14).  Glória a Cristo por isso!
(A foto lá em cima eu achei na internet por que não tinha nenhuma pessoal que mostrasse uma cena com neve)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Os Fantasmas da Alma


Enquanto eu calei o meu pecado, envelheceram os meus ossos...O meu humor se tornou em sequidão de estio...Confessei-te o meu pecado, a minha maldade não encobri, e tu perdoaste a maldade do meu pecado. (Salmo 32:1-3)


            
    No capítulo seis do evangelho de Marcos encontramos o rei Herodes mentalmente assombrado pelo fantasma de João Batista, a quem covardemente  mandara matar. No momento em que diziam nas ruas que Jesus seria uma reaparição de Elias, Herodes afirmava que o velho “John”  ressuscitara dos mortos. Em outras palavras, o rei pensava que o decapitado pregador havia  voltado do mundo dos mortos para atormentá-lo. 
     Na verdade, é isso que ocorre quando a mente está encharcada de culpa: no momento em que  alguém deve uma conta à sua própria consciência, qualquer movimento fora do absolutamente corriqueiro, por mais discreto que seja, parece trombetear uma  denúncia, um arrastar de correntes pelos corredores da masmorra interior.
      Assim como Herodes,  nós, também, temos os nossos fantasmas. Somos, em certo sentido, castelos malassombrados, por onde transitam, na escuridão do insconsciente os  “ghosts” que nem sempre aparecem aos olhos do público. Eles permanecem no porão, no calabouço da alma, vivos e ativos, provocando insônia, depressão, melancolia, culpa e, em alguns casos, vontade de não continuar vivendo.
      Muitos  dos fantasmas que atormentam os humanos tem cheiro de sexo. É a assombração daquele marido, ou esposa, que não conseguiu manter a fidelidade conjugal; daquele moço, muito crente, que está envolvido numa relação pré-marital com a namorada, e ninguém sabe; uma jovem senhora que praticou um  aborto e não consegue se livrar do choro do bebê que escuta vindo do cemitério da mente onde o sepultou.
     Outros fantasmas tem cara de dinheiro. É a assombração-capetina daquele homem que sempre se gabou de ser honesto, mas caiu nas garras da sonegação,  propina, suborno ou apropriação pela força ou engodo. De fato, o dinheiro tem uma força xamãnica de atração; uma numinosidade quase religiosa, capaz de arrastar para o abismo e de envenenar a alma até à morte. O dinheiro fascina, entorpece e, por fim, pode gerar um tormento infernal.
      Outros fantasmas gostam mais de família e vivem encostados nas paredes da vida parental. Eles assobram pais abusivos que não conseguem traduzir, em atitudes de amor, o amor que sentem, ou dizem sentir, pelo filhos.  Ouço, com freqüência, filhos que, mesmo depois de adultos, ainda escutam a voz fantasmagórica da mãe ecoando a partir do labirinto da alma. São meninos e meninas quarentões que não conseguiram crescer emocionalmente na mesma proporção do corpo.
     E, assim, os fantasmas vão se reproduzindo no interior trevoso dos humanos, principalmente, daqueles que vivem sob a  bandeira da religião.  É que esse tipo de fantasma tem uma atração especial por “santinhos.”
     Enfim, são muitos, e de muitas faces, os nossos fantasmas. Como exorcisá-los? Integrando-os: se forem escutados, olhados com compaixão e, assim, trazidos à consciência com serenidade e coragem, eles podem até se transformar em anjos. Sim! A melhor maneira de vencer o medo do “buuuuuuu” que fazem é olhar nos olhos deles, vê-los de perto; reconhecer que eles são nossos  fantasmas e não fantasmas dos outros. Em vez de tratá-los como inimigos, devemos abordá-los como aliados em potencial, que podem nos ajudar no caminho do crescimento integral.
     Assim, a culpa pode gerar compaixão, a raiva pode produzir compreensão, a tristeza pode se transformar em esperança e, a fraqueza, se vestir de força.
     Os fantasmas perdem seu poder de destruição quando descobertos e integrados pela confissão psicoterapêtica, interrelacional, bíblica ou mesmo  intrapessoal: a luz os transforma. 
     Pense nisso!
     Em Cristo - que desceu ao mundo dos mortos para livrar os vivos de seus fantasmas


     Josias Bezerra DaSilva

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A OFERTA DA VIÚVA - Conclusão


QUANDO TRAGO MINHA OFERTA
Nestes domingos compreendemos que Jesus observa individualmente cada fiel adorador que se achega com o coração contrito.  Aprendemos que na contabilidade de Deus o que realmente conta é a sua graça e não os nossos esforços pessoais – muito menos monetários.  E ainda tendo como pano de fundo a atitude da viúva vimos que a vontade de Deus é nossa santificação e adoração e então nossa oferta, nosso culto e nossa vida têm que ser baseados nestas premissas.
Agora na última reflexão desta pequena série sobre a também pequena narração da oferta da viúva pobre, deixe-me apresentar três conclusões livres que o estudo do episódio me traz. 
Em primeiro lugar, na percepção de Cristo, a diferença das ofertas não está no esforço que cada um emprega em trazê-las: não é o sacrifício pelo sacrifício!  É bom lembrar que em meio às reprimendas feitas ao Israel obstinado, Deus fala através do profeta que mais importante que o sacrifício e os atos de culto em si é a atitude de misericórdia e aproximação – conhecimento – a Deus (leia Os 6:6).
No contexto da oferta da viúva, a diferença foi que os ricos trouxeram o sobejo, a sobra, o que não mais lhes servia, e Deus não aceita nada menos que o melhor (lembre das prescrições das ofertas em Lv 1:10; 3:6; 4:3 e outros).  A viúva, por sua vez, trouxe não somente o melhor, mas a totalidade de sua vida e a colocou no altar do Senhor e ela, junto com sua oferta, foram aceitas por Deus.
Uma segunda conclusão que a narração da oferta da viúva me traz é que minha relação com Deus, mesmo no culto público, é individualizada.  Assim, nem a minha oferta e culto pessoal, nem a resposta de Deus em termos de aceitação e bênção podem ser medidas, avaliadas ou comparadas com mais ninguém (veja a advertência paulina em Rm 14:4).
É importante aqui também lembrar que na contabilidade de Deus, ele usa critérios próprios e diferenciados na sua relação com seus servos.  Ou seja, nem os ricos foram julgados pela viúva, nem o contrário, mas para Deus cada um foi visto a partir do seu próprio interior e de sua própria atitude (considero fundamentais as palavras proféticas em Ez 18).
E finalmente, já extrapolando a própria narração da história da oferta, quando o meu culto e minha oferta são aceitos sou também igualmente aceito pelo Senhor.  E isso sim faz toda a diferença!  Esta é a oração e o desejo do salmista: ser aceito por Deus e poder viver na sua casa (lá no Sl 27:4).
É, contudo, na parábola do fariseu e do publicano onde Jesus apresenta esta verdade mais claramente (leia toda a parábola em Lc 18:9-14).  Enquanto o primeiro apresentou uma oração liturgicamente correta mas vazia de santa intenção, o segundo na sua humildade apenas à distância batia no peito e sem os recursos da oratória clamava por misericórdia.  E Jesus conclui que este último voltou para casa recompensado.
Assim posso compreender também que a viúva voltou para casa com a alma recompensada por ter apresentado um culto agradável a Deus (penso que ela se enquadraria perfeitamente em Rm 12:1).  Que seja também assim a nossa oferta e o nosso culto para a maior glória de Deus.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mudaram o lugar do ponto


Na última sexta-feira, indo para casa, precisei tomar um ônibus aqui em Aracaju.  Depois de muita espera, alguns ônibus que passaram sem parar e de certa confusão descobrimos, eu e outros que também esperavam, descobrimos que o ponto onde o coletivo deveria parar já não era mais ali: haviam mudado o lugar do ponto e ninguém ali tinha sido avisado.
Não quero aqui discutir sobre o direito – e até dever – dos agentes públicos organizarem e normatizarem os espaços urbanos de modo a promover o bem comum e o melhor convívio possível em sociedade.  Esta discussão sócio-política, embora também seja do nosso interesse como cidadão desta terra, não será aqui o mote de minha reflexão.
Passei o fim-de-semana ocupado nas atividades eclesiásticas (e como isso me revigora a alma e o corpo!), mas sempre me veio à mente o episódio, e paralelo a ele o texto de Dt 19:14 – "não mudem os pontos antigos...".  Sim, eu sei também que o texto bíblico fala especificamente das divisas e fronteiras territoriais e da necessidade de respeitar as marcas e referências deixadas pelos antigos.
Tendo misturado todos este conceitos e ruminado neles, quase que de modo automático tais reflexões respingam na igreja e no conceito que tenho dela.  Embora o conteúdo central de nossa proclamação seja o evangelho – a boa novidade – mas nossa fé tem que estar alicerçada nos pontos e marcas deixadas pelos antigos.
Penso em duas ênfases bíblicas e elas se misturam: por um lado cremos que o Deus dos nossos pais é o mesmo que adoramos ainda hoje, por outro este Deus se fez história ao se encarnar.  Da mesma forma minha fé, pregação, doutrina e práticas eclesiásticas devem ser reflexo deste Deus que é imutável – pois se revelou desde o tempo dos nossos pais – e histórico – pois entra na nossa história e a atualiza.
Sei que há muitos que em nome da novidade mudaram o lugar do ponto, abandonaram as referências antigas e não mais consideram a rica herança que temos no depositário cristão.  Mas em nome do que creio ser uma fé cristã e biblicamente embasada rejeito-os a todos e declaro reafirmando minha submissão ao Deus dos meus antepassados, mas que se fez história (e continua fazendo na vida igreja): Meu cristianismo não nasceu nesta geração!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A OFERTA DA VIÚVA - Parte 3


A VONTADE DE DEUS
Antes de continuar a refletir a partir da oferta da viúva observada por Jesus, permita-me fazer uma pequena digressão e, sem a pretensão de esgotar o assunto, embasar mais a nossa reflexão examinando qual a vontade de Deus para cada um de nós.
Para isso gostaria de tomar como base a carta de Paulo aos cristãos de Tessalônica.  Nela encontramos claramente dois direcionamentos da vontade de Deus para a igreja.
1. "A vontade de Deus é que vocês sejam santificados" (1Ts 4:3).  Deus tem como objetivo para a vida de cada um dos seus servos uma existência de santificação; sem a qual ninguém o verá (confira em Hb 12:14).  Ou seja, ser exatamente como Ele é (em Levítico várias vezes e em 1Pe 1:16 explicitamente). 
Isso traz algumas implicações, a saber: primeiramente é preciso estabelecer prioridades: Jesus determinou em Mt 6:33 que o seu Reino e justiça ocupassem o primeiro lugar.  Mas também se faz necessário sair do aconchego e da zona de conforto para viver o evangelho em sua plenitude e até, se preciso, renegar pai e mãe, aos quais devemos honra (veja Lc 14:26).  Certamente não haverá santificação sem renúncia e disposição ao sacrifício voluntário.  Não posso me esquecer que Jesus colocou como condição ao discipulado a negação das demandas pessoais e o assumir da cruz (considere para sua vida Mt 16:24).
2. "Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus" (1Ts 5:18).  A vontade de Deus é claramente que cada homem e mulher – suas obras primas – vivam e existam para o seu louvor e glória.  E isso é mais que apenas um convite (mesmo no Sl 95:1).
Veja como este aspecto da vontade de Deus para minha vida é expresso nos páginas bíblicas: o Livro dos Salmos apresenta em seu último verso uma ordem direta: tudo o que é vivo e respira deve louvar ao Senhor (é o Sl 150:6), e isso não é opção, é mandamento sagrado!  Além do mais, Paulo instruiu a igreja a manter como tema e conteúdo de toda fala, conversa e pensamento aquilo que sirva de louvor ao Senhor (leia com atenção Cl 3:36).
Porém sem dúvida a mais importante citação quando se trata da vontade de Deus sobre a vida de adoração e louvor é Is 43:7 – "... a quem criei para minha glória".  Fui criado para a exclusiva glória de Deus.  A vontade do Senhor para minha vida é ser um instrumento de seu louvor e glória, e diante desta prerrogativa todas as outras perdem valor e importância: a minha própria subsistência ou vontade tem que se submeter a vontade divina e servir a sua exaltação.
Hoje posso entender que a viúva pobre que Jesus observou entregando a sua oferta naquele dia tinha uma convicção muito clara da vontade de Deus em sua vida.  E antes de prosseguir no estudo do caso, que eu possa já hoje fazer refletir a vontade Deus sobressaindo sobre a minha, para a sua glória.