quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Graça não é de graça


Andei colocando minhas leituras em dia, entre elas o último número da revista Ultimato que traz como matéria de capa A Graça não é de graça (nem é preciso dizer que é muito boa – como sempre).
Como destaque quero ler a texto intitulado Agnus Dei – expressão latina que em bom português deve ser traduzida como Cordeiro de Deus – que compõe os artigos relacionados com a capa.
Falar sobre o Cordeiro de Deus na sua relação à graça é trazer para o centro de nossa fé e nossa teologia o tema central do Apocalipse – que é em última análise o livro mais festivo e mais exuberante de todo o NT.

“Digno é o Cordeiro
que foi morto
de receber poder, riqueza,
sabedoria, fora,
honra, glória e louvor!”
(Ap 5:12)

Mas, o que implica para nosso cristianismo cotidiano a centralização no Cordeiro de Deus?
(1) Ter o Cordeiro de Deus como centro de nossa doutrina nos faz saber e crer que Ele tira o pecado do mundo (João Batista apresentou Jesus assim em Jo 1:29). Sendo que o Cordeiro tira todo o pecado então não há porque se guardar mais mágoas ou traumas em nossa existência. Quem na sua vida ainda se sente preso a dores espirituais ou emocionais do passado e do presente é por que não experimentou o que o Cordeiro realmente significa.
(2) A presença do Cordeiro entre nós é a afirmação de que Deus desejou ser humano. Ao se fazer história o Eterno quis ser como cada um de nós, vivendo nossa história e experimentando nosso cotidiano (veja que Jesus ensinou algo parecido na oração modelo quando pediu que viesse a nós o seu reino em Mt 6:10). Querer fazer de fieis semideuses ou super-homens é desprezar o Cordeiro de Deus e sua obra em nossa vida cristã.
(3) Na obra do Cordeiro, e em especial seu sacrifício, estão demonstrados simultaneamente o amor e a justiça de Deus. Não há – e não pode haver – antagonismo entre ambos os aspectos da divindade. Na cruz o Cordeiro foi a expressão máxima do amor e a justiça manifesta de Deus. Pregar um esquecendo-se ou outro, seja qual for a argumentação, é esvaziar o Cordeiro e torná-lo incoerente.
(4) E finalmente trazer o Cordeiro para o centro de nossa fé é reafirmar que o céu é mais que um pressuposto teórico ou escape psicológico, é a certeza de que ele é um lugar acolhedor e seguro – é a casa do Pai – e o lugar onde cumpriremos nosso destino eterno (veja as palavras de Jesus em Jo 14:1).
Com certeza a Graça não é de graça, custou o sangue precioso do Cordeiro, mas foi exatamente por este sangue que hoje vivemos sob a tutela da graça.

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