quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Globo X Record: um duelo sem mocinhos


A briga e troca de acusações recente entre as redes de televisão tem estado no centro de muitas conversas, além de ter provocado uma verdadeira enxurrada de posts em blogs dos mais diversos, principalmente por envolver o nome dos evangélicos.

Para não ser apenas mais um a dar opinião, mesmo por que a análise da questão envolve aspectos diversos, transcrevo aqui para discussão com o cuidado e as ressalvas que fizerem jus o artigo publicado pelo bispo anglicano Dom Robinson Cavalcanti.


Posicionamento Episcopal
A população brasileira tem assistido estarrecida ao duelo de acusações morais entre as redes de televisão Globo e Record. Ambas são concessionárias de serviço público, e, como tal, deveriam servir ao público e prestar contas ao Estado. É sabido o relacionamento da Rede Globo com a ditadura militar e as oligarquias regionais, o nebuloso acordo com o grupo norte-americano Time-Life, a manipulação das eleições presidenciais de 1989, a demonização do governador Leonel Brizola com os arrastões sincronizados, e, especialmente, a promoção de uma cultura de violência e amoralismo, que atenta contra a ética e a família, com o hedonismo e o homossexualismo. A Rede Record, embora tenha vínculos diretos ou indiretos com uma instituição religiosa, até hoje não tem convencido sobre a origem das suas finanças e em nada difere da sua concorrente quanto ao conteúdo da sua programação. Nessa luta por interesses comerciais, sai perdendo a população.
Os evangélicos não podem se envolver ao lado de nenhum dos seus contendores, mas cobrar de ambos.
Quanto à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), por sua venda de indulgências, superstições e sincretismos, distante da doutrina e da ética reformada, não pode ser considerada uma denominação evangélica, mas sim uma seita para-protestante. Apenas os desinformados, os ingênuos, os triunfalistas estatísticos e os sociólogos equivocados podem pensar ao contrário.
É lamentável que a imprensa nacional e internacional esteja nominando o titular da IURD como um “líder evangélico”, para demérito da imagem devida ao Povo de Deus.
Nos duelos ao pôr do sol no oeste norte-americano, no reducionismo de Hollywood, havia sempre um mocinho e um bandido. Ao que parece, nesse duelo televisivo, lamentavelmente, não há mocinho.
Que a Igreja assuma o seu papel de consciência moral da nação!
Olinda (PE), 15 de agosto de 2009.
+ Dom Robinson Cavalcanti, ose -
Bispo Diocesano

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