segunda-feira, 16 de março de 2009

DISCIPULADO RADICAL - III


Tendo apresentado aqueles que são chamados às Bem-Aventuranças do discipulado, Jesus usa de duas figuras para expressar a radicalidade do discipulado que Ele requer: vocês são o sal... e vocês são a luz... (Mt 5:13 e 14). São estas figuras que irão caracterizar seus discípulos e a partir destes a igreja.
O uso de figuras por Jesus é algo que sempre chama a atenção: são ricas de detalhes, belezas e principalmente significados (elas mereceriam um estudo à parte!).
Vamos ao texto. É bom notar desde já que Jesus não disse que o sal e a luz estariam com os discípulos, ou que eles deveria escolher viver desta ou daquela maneira. Não há dúvida: vocês são. Jesus está afirmando que ser discípulo é ser sal e ser luz; não sendo isto, não se é discípulo de Cristo. Mas, vamos entender um pouco a ilustração.
O discípulo é sal – é a sua essência. O sal é usado para preservar e conservar e também para dar sabor aos alimentos. Um discípulo que é sal da terra, para que cumpra a sua essência precisa preservar e conservar este mundo que jaz no maligno (esta expressão é de 1Jo 5:19). O mundo está se deteriorando por causa da podridão do pecado, mas precisa ser preservado porque ele é o palco onde atua o amor e a justiça divina.
O sal também é tempero – dá sabor! Os alimentos precisam de sal para serem saborosos. Assim deve ser a vivência do cristão-discípulo no mundo. É preciso temperar, dar sabor, mesmo que seja no vale da sombra da morte (o conhecido Sl 23:4) ou num vale de ossos secos (aqui cito Ez 37), faz parte da minha natureza de ser, como discípulo, tornar a vida na terra mais agradável (particularmente penso que esta é a dimensão mais forte no ensino do Mestre!).
Mas, e se o sal perder o seu sabor? Se o cristão não for radical em seu discipulado e negar a sua essência salgada? Então para nada vai prestar. Para Jesus, ou se é um discípulo que como sal conserva e dá sabor, ou se é descartado e pisado. Não há vida de discípulo insosso.
Se a essência de discipulado é ser sal da terra, então que eu passe a vivê-la radicalmente.

4 comentários:

  1. Caramba! A rotina é inimiga do sabor. O formalismo, a convivência com o mundo me faz acostumar com ele, quando o Sr Jesus exorta a não nos conformarmos com este mundo. Isso é uma autocrítica, um pensamento escrito. Abraço.

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  2. Querido, como bom nordestino, amo macaxeira com carne de sol e acho que nem a rotina tira a água na boca que ela me dá. Sei que o formalismo cristão nos faz ocupados com o conteúdo nutricional - e como pastor por vezes tenho que também me ocupar com isso - mas o que realmente importa como discípulo radical do Mestre é degustar de sua companhia, o que faz com o mundo tenha outro sabor. A poesia do Salmo 23:4 pode ser saboreado neste sentido.
    É bom contar com seus comentários, continue postado-os por escrito.
    Um abraço.

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  3. Que eu tb possa viver lá texto maravilhoso continui assim deus abençõe a todos .

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  4. Oi Lili,
    Também vou continuar orando para que o Senhor lhe faça uma bênção.
    Obrigado pela postagem.
    Um abraço

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