segunda-feira, 9 de março de 2009

DISCIPULADO RADICAL - II


“Vendo as multidões...” Assim Mateus começa a narrar as lições do Sermão da Montanha (confira Mt 5:1). Tudo começa com um olhar de Jesus. A palavra grega que Mateus usa nesta passagem significa mais que passar a vista em algo ou alguém. Mateus diz que Jesus olhou as multidões e isto lhe tocou profundamente, lhe incomodou e lhe impulsionou a fazer algo. É este fazer que gera o Sermão da Montanha que agora estudamos.
O Sermão abre-se com as declarações das Bem-Aventuranças. Cada sentença em si é poética, bela e rica. Mas deixe-me destacar aqui de modo geral duas observações. Estas Bem-Aventuranças não estão colocadas aqui por acaso. Mateus sabe que Jesus começa seu discurso identificando seu público alvo: os bem-aventurados, felizes; aqueles dos quais é o reino, os que herdarão a terra, os que verão a Deus. É para estes que Jesus irá propor todos os ensinamentos que virão a seguir nos próximos capítulos.
Importante também é notar como Jesus os qualifica. Para o Mestre estes que inicialmente são carentes e estão marginalizados por serem humildes, chorarem, terem fome e sede, serem perseguidos são realmente felizes por agora estarem sob o domínio do Reino de Deus – um Reino que é “escândalo para os judeus, e loucura para os gregos” (1Co 1:23). Os valores do Reino pregado por Jesus no Sermão da Montanha não são deste mundo, logo estão abertos àqueles com uma recusa radical, voltam-se para o vindouro.
Então Jesus conclui esta sua introdução: “Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês” (Mt 5:12). Não poderia ser diferente!
Para ser discípulos radicais é necessário abandonar este mundo com seus valores cruéis e voltar-se para o Reino do Deus. Que o Mestre me faça assim.

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