quinta-feira, 5 de março de 2009

O Voto e Bandana do Vereador


Numa sessão realizada ontem, a Câmara de Vereadores de Aracaju rejeitou o pedido do vereador Morito Matos de continuar usado uma bandana em sessões daquela casa.

Antes de mirar o caso com olhos pastorais, vamos entendê-lo um pouco: o vereador Matos foi eleito em 2008 e ao tomar posse alegou que deveria usar sempre uma bandana na cabeça para poder cumprir um voto religioso feito. Em vista disso, requereu a Mesa uma alteração do Regimento para que podesse comparecer ao plenário trajando a peça.

Não desejo entrar na polêmica - até porque na foto que foi para a urna eletrônica o então candidato aparece sem o tal adereço, e consta que é visto com frequência também sem ele no interior das igreja da cidade!

Quanto ao voto religioso em si - que é o que nos interessa - a Bíblia não obriga ninguém a fazê-lo, mas ao tomar a decisão, o fiel torna-se obrigado (leia Ec 5:5).

Três aspectos ainda precisam ser analisados. Primeiro que Deus não precisa de nosso voto, nem se sente obrigado ou constrangido por ele. A vontade soberana de Deus é inalterada e não será o nosso voto que vai fazê-lo mudar (observe Ml 3:6). O voto feito ao Senhor então muda a nós e nos condiciona a perceber com mais clareza a vontade de Deus e assim nos submeter a ela com gratidão e louvor.

Segundo, a Bíblia se refere a sacrifício de tolos (em Ec 5:1 no mesmo contexto da citação sobre o voto). Nem tudo o que dizemos ao Senhor é prova de consagração e sabedoria espiritual; pode ser precipitação e insensatez. Aqui entra a graça divina em perdoar nossos pecados (votos tolos!) e nos liberar de compromissos sem sentido.

E em terceiro lugar, Deus não precisa de nossas ofertas ou do pagamento de nossos votos (lembre que em Sl 24:1 lemos que do Senhor é a terra e que o profeta fala que Ele quer misericórdia e não sacrifício - Os 6:6). O voto deve ser pago não porque Deus precisa daquilo que lhe oferecemos em juramento mas por que pagá-lo para nós é uma demonstração voluntária do nosso louvor e gratidão pelo que ele faz gratuitamente (leia Sl 56:12).

Quanto ao voto do vereador, se ele vai cumprir, ou com vai fazê-lo diante na negação de seus pares, devemos ainda aguardar. Mas que nossa fé seja demonstrada nas ações de gratidão santa e misericórida fiel que oferecemos a Deus e não com compromissos tolos.

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