sexta-feira, 30 de abril de 2010

RECICLAGEM



Hoje à tarde fizemos uma faxina em nossa casa: muitas coisas foram jogadas no lixo, outras recolhidas para serem reaproveitadas e outras tantas colocadas para reciclagem.  É sempre assim, periodicamente precisamos fazer isso com o que guardamos.  E mais agora nestes tempos verdes em que a onda é sempre reciclar. Aquilo que não mais me é útil devo recolher e entregar para reprocessar e possa assim voltar a ser utilizado sem virar entulho e lixo.
Com esta cena em mente, me lembrei de Onésimo.  Ele tinha sido um escravo fugitivo que foi alcançado pelo Evangelho na prisão pela pregação de Paulo, teve sua vida transformada, e através do bilhete que se está no NT o apóstolo o encaminha de volta ao seu senhor (é a pequena carta a Filemom).
Na carta, Paulo explica que aquele que fora inútil, imprestável, desprezível e "uma coisa que só servia para ser jogado no lixo", agora era nova criatura pelo poder Evangelho tornando-se mais uma vez um homem útil e com valor.
Esta história do Onésimo, sua conversão e de como ele foi restituído a Filemom é um bom paradigma para nossa própria história.  A Bíblia nos conta que um dia nos rebelamos contra o Senhor, fugimos e nos tornamos inúteis e desprezíveis (há vários textos sobre isso – veja por exemplo Rm 3:23).  Diante desta realidade nosso destino seria o lixo de fogo eterno (é o que Jesus prediz em Mt 25:41).  Mas fomos recolocados na vida podendo voltar a ser aproveitáveis nas mãos de Deus (leia isso em Rm 5:1).
Dá para notar que aquilo que fazemos com as coisas do nosso lixo, foi o que Cristo fez por nós no eterno plano da salvação (considere ainda Cl 1:13-14).  Então, assim já não somos mais lixo espiritual, mas nova criatura: aquele que se havia perdido foi achado (lembre o filho pródigo em Lc 15:24); o que era inútil tem nova serventia (é o próprio caso de Onésimo em Fm 11) e o que foi imprestável tem valor (note que Jesus nos valoriza ao fazer sua escolha por nós, como dito em Jo 15:16).
Sou levado a duas conclusões diante deste processo de reciclagem da alma.  Primeiro ninguém é tão desgraçado e inútil que não possa ser alcançado pelo amor divino e receber uma outra chance de ser tornar novamente a imagem imaculada de Deus (compare Rm 5:8 com 2Co 3:18).  E segundo, nós que já fomos trazidos de volta ao ciclo da vida eterna devemos viver para glorificar a Deus por isso (este é o sentido de 1Co 6:20).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A PELEJA NÃO É VOSSA

Josafá foi um rei de Judá que governou em Jerusalém no século IX a.C.  Descendente direto do rei Davi, ele procurou seguir os caminhos de seu ancestral (confira em 2Cr 17:1-3) e o Senhor lhe concedeu vitórias em diversas ocasiões.
Em uma destas situações de conflito, quando seus vizinhos de Moabe a Amon se juntaram para desafiar as tropas de Judá, a notícia logo chegou aos ouvidos do rei e do povo: "Um exército enorme vem contra ti de Edom, do outro lado do mar Morto".  Embora isto tenha causado um certo temor, mais uma vez Deus se mostrou fiel e a batalha foi ganha (este é o episódio em que os levitas vão à frente do exército cantando e o Senhor triunfando – veja toda a narrativa no capítulo 20 de 2Cr).
O texto deixa claro que tudo isso aconteceu mediante a palavra profética de Jaaziel, um levita sobre quem veio o Espírito do Senhor.  Mas o que quero destacar para a reflexão aqui são duas atitudes reais que estão colocadas na narração antes e depois da intervenção divina (até parecem que se apresentam como moldura do quadro principal que é a declaração do Senhor em 2Cr 20:15 – a peleja não é vossa).
Diante da situação-problema e pressentindo o pavor rondando Jerusalém, Josafá reuniu o povo e em assembléia solene buscou ao Senhor em oração (nos versos de 2Cr 20:3-6).  Ele sabia que antes de enfrentar qualquer batalha é preciso consultar ao Senhor e buscá-lo em oração.  Mais do que um conhecimento do potencial do exército e da ameaça inimiga, o rei conhecia o Senhor e o seu poder e sabia que força e poder estão nas mãos divinas (verso 6).
Quem vê os problemas apenas, se esconde e foge.  Quem tem intimidade com o Senhor dos Exércitos, ora e se fortalece.  Assim foi com Josué diante de Jericó (em Js 5:13-15); assim foi com Eliseu diante dos exércitos da Assíria (em 2Rs 6:17) e assim foi com o próprio Jesus no Getsêmani (em Mt 26:36).
Depois de ter ouvido a resposta a sua oração por boca profética, mesmo sem ter ainda visto o fim da batalha, a Bíblia conta que o rei se prostrou com rosto em terra em adoração ao Senhor (no verso de 2Cr 20:18).  A palavra de Deus é suficiente para que o coração de quem confia nele possa descansar em segurança.  O segredo não estava numa estratégia geniosa ou impressionante – lembre-se que a batalha foi ganha com louvor.  Mesmo antes da luta, já era possível cantar a vitória! 
Todo crente fiel que vivencia experiências com o Deus que é mais que vencedor sabe que pode louvá-lo desde já.  Foram estas as palavras do Sl 42 nos versos 5 e 11 e do Sl 43:5; foi esta a oração de Hacabuque (em Hc 3:17-18) e assim procedeu Paulo e Silas na prisão (leia At 16:25 – e como foi tremenda a intervenção divina!).
A história de herois da fé no passado como foi o caso do rei Josafá ainda é para nós um estímulo e um desafio.  Ainda temos inimigos a nos afrontar.  Mas principalmente ainda temos a nossa frente um Deus que é Senhor dos Exércitos e peleja por nós.  Se a confiança que moveu Judá no passado ainda é a mesma em nós, então antes de entrarmos em batalha, que consultemos e busquemos o Senhor em humilde oração e submissão e pela fé louvemos e nos prostremos agradecidos porque o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu... (exclamação de Ap 5:5).
Que esta seja a moldura de nossa vida para a glória de Deus!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

EU MATEI JESUS


Mesmo já tendo passado o momento das celebrações da Páscoa, volto a refletir sobre o tema da cruz.  O que me trouxe volta hoje a ele foram as palavras do apóstolo Pedro em seu discurso na manhã do Pentecostes: "Este homem, vocês o mataram, pregando-o na cruz" (leia todo o discurso em At 2 – a citação é do verso 23).
A acusação é forte e desafiadora (mesmo tendo em vista a Ceia memorial)!  As palavras proferidas há cerca de dois mil anos ainda soam como uma sentença inapelável e de uma crua realidade: não foram os judeus, nem foram os romanos, eu matei Jesus! 
Com este peso na alma é que me volto às páginas sagradas para ser confrontado com a certeza de que sou um pecador.  Não somente por que sou herdeiro do pecado original (como disse Paulo em Rm 5:12), ou por que viva entre pecadores (como se sentiu Isaías em Is 6:5).  Sou pecador por que eu pequei contra os céus e contra Deus (veja a ênfase na primeira pessoa na confissão do filho pródigo em Lc 15:21).  É por isso que eu matei Jesus.  Foi meu pecado que o levou ao madeiro e por minhas culpas eternas foi sentenciado.
É claro que não posso deixar de falar sobre o amor de Cristo que escolheu assumir a minha culpa de sangue livrando-me da condenação.  Mas isso só torna mais relevante a minha sentença de que levei aquele santo à crucificação.
E tem mais.  O autor aos Hebreus me acusa mais ainda de que torno a cravar Jesus na cruz quando me enlameio e me envolvo em pecados.  Sou novamente réu cada vez que desprezo a graça e me entrego ao pecado sujeitando-o a vergonha pública pelas minhas faltas e pecados (leia com cuidado Hb 6:4-6).
Contudo, glória ao Senhor que a história não acaba com a acusação apostólica.  Embora o pecado tenha sido real e tenha efetivamente provocado o Gólgota, mas Deus com isso provou que seu amor é maior que minha culpa, livrando-me dela e resgatando-me da morte (veja o tamanho da graça em Rm 5:8-11).
Diante desta acusação que pesa sobre mim e grata constatação de que mesmo tendo abundado em pecado, superabundou a graça (expressão de Paulo em Rm 5:20), que devo fazer?  Leio na Bíblia duas respostas: a primeira vem do sábio que diz para assumir diante de Deus o pecado – confissão – e abandonar esta atitude – arrependimento (em Pv 28:13); e a segunda sobre glorificar a Deus porque, apesar do pecado, em todos as coisas somos mais que vencedores e isto somente por meio daquele que nos amou (em Rm 8:37).  Vivamos para sua glória!

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Crescimento Evangélico em Aracaju - verdadeiro ou falso?

15% em 155 Anos de História
Segundo o G7, grupo formado por pastores evangélicos de Aracaju (Qualquer semelhança com o termo político é mera coincidência), o percentual de evangélicos em nosso Estado já chega aos 15%. Em um universo populacional de aproximadamente 2 milhões de habitantes (Fonte: Censo IBGE 2007), tal percentual é bastante significativo. Não faz muito tempo, dificilmente você encontraria dois cristãos na mesma sala de aula, universidade, trabalho, etc.
Em nosso dia a dia esses dados parecem pouco prováveis, mas em eventos de grande repercussão como, por exemplo, shows evangélicos semelhantes ao do último dia 16, em comemoração aos 155 anos da nossa querida capital, tais números de fato se tornam reais.
Estima-se que mais de 30 mil pessoas estiveram reunidas neste evento comemorativo que contou com a participação de artistas gospel, autoridades civis e religiosas. “Deus marcou o aniversário de Aracaju”, afirmou uma das cantoras convidadas. Milhares de pessoas aplaudiram o prefeito da cidade que muito emocionado disse: “Tudo o que tem acontecido de bom em Aracaju é obra de Deus e de nosso trabalho. Por isso, tenho um prazer imenso em participar dessa grande festa. Quando o povo de Deus vai às ruas, ele só leva paz e alegria”.
Aracaju é do Senhor Jesus! Mas, será que é mesmo?
Conquanto tais números pareçam reais (e a mídia através de fatos e fotos nos mostra isto), por que o impacto espiritual e moral do evangelho em nossa sociedade é tão pífio? A razão é pura e simples: números quantitativos nem sempre implicam resultados quantitativos.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos deu um mandamento: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19). Mas, de que maneira devemos evangelizar ou proclamar o Reino de Deus? Declarando palavras de ordem em shows gospel ou Marchas para Jesus? Recebendo supostas curas e bênçãos de artistas que se apresentam como “profetas” modernos? Absolutamente, não! Cristo nos disse, façam discípulos (cristãos) “… ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 8.20). A teologia reformada chama isso de cristianismo experimental.
Os nossos governantes, vizinhos, parentes e amigos, somente compreenderão o verdadeiro sentido da paz e alegria cristã, se forem ensinados (evangelizados) segundo a Palavra de Deus a mudarem de vida, arrependendo-se de seus pecados e crendo no Redentor. Enquanto o Evangelho não for ensinado com fidelidade, a Igreja se misturar politicamente com o Estado em busca de favores e poder, o analfabetismo bíblico for crescente, falsas doutrinas produzirem falsas conversões, o povo evangélico sergipano será como uma árvore oca, sem fundamentos ou raízes. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama, disse Jesus (Jo 14.21).
Cristo é o Senhor
Concluindo, não devemos ser contrários ao crescimento numérico da Igreja, pois inúmeras passagens bíblicas e a própria história demonstram que quando o evangelho foi pregado com fidelidade muita gente se converteu de verdade, abandonando suas antigas práticas e influenciando (não sendo influenciado) todos ao seu redor. Contudo, compete à Igreja plantar e regar, isto é, cumprir a ordem de Jesus fazendo discípulos, lembrando sempre que o verdadeiro e substancial crescimento é dado pelo Senhor (1Co 3.6,7).
Pr Alan Kleber

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Eventos Pascais em Sol Nascente


Os eventos pascais e as celebrações aqui em nossa igreja me deixaram fora do mundo virtual.  É claro que isso foi muito bom.  O mundo real - o que importa de verdade - me ocupou e me colocou em um feliz e saudável contato com o povo.
A Vigília da Cruz foi uma bênção, nosso povo veio vigiar e orar e passamos o dia na presença do Senhor.  No domingo da ressurreição nos reunimos novamente às seis da manhã para um culto em ações de graças pela nova vida que vem de Jesus.  Como foi bom celebrar junto com o povo de Deus!
Aqui estão algumas fotos destes momentos: